Rogério Ceni é o novo técnico do Cruzeiro. Depois de três anos e 12 meses com um treinador veterano e experiente como Mano Menezes no comando, a Raposa muda totalmente o perfil e aposta em um comandante da nova geração com estilo de jogo mais ofensivo em relação ao anterior dono do cargo. O ex-goleiro vive seu terceiro ano na nova função e tem como experiências uma curta passagem pelo São Paulo e um trabalho mais longo e elogiado no Fortaleza.

A contratação, adiantada pelo Super FC na última sexta-feira (9), foi uma reviravolta nos bastidores do time celeste. Inicialmente, Dorival Júnior, outro nome com mais estrada no futebol, era o mais cotado para assumir o elenco estrelado, mas Ceni ganhou força, se tornou o plano A da diretoria mineira e assinou contrato até dezembro de 2020.

O bom trabalho no Fortaleza e a mentalidade e carreira vitoriosas fizeram o Cruzeiro apostar no ex-goleiro. Fazendo um trabalho elogiado no clube nordestino desde novembro de 2017, o treinador garantiu o acesso à elite do futebol brasileiro com o título da Série B em 2018, no ano em que o Leão completou 100 anos de história. O time ainda teve o melhor início da história da competição e voltou para a Série A depois de 14 anos nas divisões inferiores. O bom trabalho seguiu neste ano com os títulos da Copa do Nordeste e do Campeonato Cearense. No total, foram 94 jogos, 51 vitórias, 18 empates e 25 derrotas no comando do Tricolor do Pici.

Antes do Fortaleza, Ceni foi técnico do São Paulo, quando teve uma primeira e curta experiência na função por seu clube do coração e onde é ídolo. Criticado, ele comandou o Tricolor Paulista em apenas 37 jogos, tendo 14 vitórias, 13 empates e dez derrotas.

Já como jogador, o ex-goleiro teve uma carreira de enorme sucesso se tornando um dos maiores ídolos da história do São Paulo. Entre vários outros títulos, conquistou um Mundial de Clubes, duas Libertadores, uma Copa Sul-americana e o tricampeonato Brasileiro. Com a seleção brasileira, fez parte do elenco pentacampeão na Copa do Mundo de 2002. Além disso, se notabilizou pela qualidade nas bolas paradas e ser um goleiro-artilheiro. Foram 129 gols ao longo da carreira, sendo sete deles, curiosamente, em Fábio, sua maior vítima na carreira, sendo seis contra o Cruzeiro e um contra o Vasco.

Vale lembrar que Ceni foi sondado pelo Atlético em abril, mas recusou a possibilidade de deixar o clube nordestino para comandar o Galo. Na ocasião, alegou que não gostaria de abandonar o projeto com o Fortaleza. Agora, é o novo técnico do Cruzeiro.

A esperança é que o treinador, com seu perfil totalmente distinto de Mano Menezes, consiga transformar o time que vive péssima fase. Neste domingo (11), a Raposa empatou por 2 a 2 fora de casa com o Avaí, lanterna do Campeonato Brasileiro, e sofreu dois gols de um time que não balançava as redes em casa há três jogos. O Cruzeiro não vence há nove partidas e só tem uma vitória nos últimos 19 duelos disputados. Nesta sequência, reveses para o rival Atlético, eliminação na Copa Libertadores e desvantagem para o Internacional na semifinal da Copa do Brasil. Além disso, o time mineiro está no 17º lugar do Brasileirão, na zona de rebaixamento, com apenas 11 pontos.