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Mais de 630 mil pessoas vivem em áreas de risco em Minas Gerais
Em BH, são 10.860 moradores em locais perigosos, segundo mapeamento do governo federal; moradias são mais suscetíveis a sofrer acidentes 19/11/2018

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PUBLICADO EM 19/11/18 - 03h00

Da janela de casa, Andréia Pereira, 24, tem duas visões: do lado direito, restos de barracos que desabaram em alguma chuva, e, do esquerdo, outras moradias que tentam se equilibrar no alto do morro. O medo de tudo vir abaixo com os dois filhos, de 6 e 8 anos, faz com que a jovem tenha várias noites em claro no período chuvoso. A situação da moradora do aglomerado Cafezal, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, se repete em muitos outros lares mineiros. Em apenas 181 cidades do Estado mapeadas pelo governo federal, nada menos que 634.748 pessoas residem em áreas de risco e sabem o que é sentir um calafrio toda vez que uma nuvem escura surge no céu.

“Quando começa a chover, eu nem durmo. Além de entrar água na minha casa, fico ouvindo o barulho das telhas dos outros barracos voando, e rezando para que o morro não ceda e alguma casa desça na nossa cabeça”, conta Andréia.

Levantamento feito pela Divisão de Geologia Aplicada, ligada ao Ministério de Minas e Energia, aponta a existência de 3,9 milhões de residentes em áreas de risco em todo o país. São mais de 946 mil casas construídas em locais suscetíveis a deslizamentos de encostas, inundação e queda de blocos, como a que aconteceu em Niterói, no Rio de Janeiro, há pouco mais de uma semana, com a morte de 15 pessoas.

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Os mais de meio milhão de mineiros que engrossam essa estatística residem em 145,8 mil casas. Na capital, são 10.860 moradores de áreas perigosas, divididos em 2.715 imóveis. E nenhum desses pontos está totalmente livre de protagonizar tragédias em proporções parecidas com a de Niterói, segundo a chefe da divisão responsável pela pesquisa, Sandra Fernandes da Silva: “Em função da configuração geográfica, Minas tem muitas áreas propícias para ocupação irregular em encostas. E todas essas áreas são suscetíveis a acidentes naturais, se não receberem investimentos e se as construções não seguirem certos cuidados”.

O problema, segundo especialistas, é que a maior parte das construções já feitas não seguiu os critérios técnicos necessários. “A cidade informal, com casebres em áreas periféricas, é maior que a cidade legalizada em muitas localidades em Minas. Em torno da capital, por causa da busca por emprego, essa realidade é mais latente”, diz Ralfo Matos, professor do Departamento de Geografia da UFMG e especialista em demografia. “As casas são construídas em encostas, sem preocupação estrutural, retirando a cobertura vegetal. Aí as chuvas encharcam o terreno e levam a deslizamentos”, diz.

 


 

 

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