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Desastres reduzem o peso da indústria na economia mineira
Após Mariana, número de empresas com mais de 3.000 funcionários diminuiu de 13 para 11 12/02/2019



 
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Impacto. Rompimento da barragem da Samarco teve também um grande efeito na economia mineira
PUBLICADO EM 12/02/19 - 03h00

A participação da atividade extrativa no Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais caiu pela metade em seis anos. “O desastre de Mariana, em 2015, foi um dos principais fatores dessa queda”, afirma o pesquisador da Fundação João Pinheiro (FJP) Glauber Silveira. O dado, baseado nos últimos levantamentos de PIB do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considera os anos de 2010, quando a participação da extração de minério representava 5,7% do PIB de Minas, e de 2016, ano em que essa participação foi de 2,9%.

De acordo com Silveira, as crises do setor minerário no Estado – causadas por rompimentos como o da barragem de Fundão em Mariana, na região Central do Estado, e os dois rompimentos do mineroduto Minas-Rio da Anglo American, que aconteceram em março do ano passado e paralisaram a produção da empresa no Estado agravam o quadro de desindustrialização vivido por Minas. “A desindustrialização é um fenômeno maior, a indústria como um todo está perdendo força (no PIB). A mineração é um dos setores mais tradicionais do Estado, mas já foi bem mais importante (na economia do Estado)”, explica o pesquisador.

No caso do rompimento da barragem I da mina de Córrego de Feijão, da Vale, em Brumadinho, Silveira diz que os impactos ainda serão sentidos. “Vai demorar uns meses para conseguirmos mensurar o impacto desse novo rompimento, mas ele virá, nos postos de trabalho, na arrecadação do Estado, nos fornecedores. A economia mineira toda vai sentir”, declara.

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O setor industrial como um todo perdeu espaço na economia de Minas. De 2010 a 2016, ele passou de 33,2% do total do PIB do Estado para 24,8%, uma queda de 25%. E isso se reflete também no emprego. Segundo dados do Caged, em dezembro de 2018, das 33 empresas com mais de 3.000 funcionários com carteira assinada de Minas Gerais, apenas 11 são indústrias. Entre as mineradoras são cinco: Vale, CSN, Usiminas, Gerdau e Vallourec. Segundo dados da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), em 2011, antes da tragédia de Mariana, o Estado tinha 13 indústrias com mais de 3.000 funcionários.

“Existe um desestímulo à atividade industrial no Brasil. A média de impostos no custo da indústria é 45%. No comércio essa média é de 36% e no setor de serviços, de 23%”, explica a gerente do setor de economia da Fiemg, Daniela Britto. “Falta no Brasil planejamento industrial, como o feito na China e nos Tigres Asiáticos”, diz o membro do Conselho Regional de Economia do Estado (Corecon-MG) Adriano Miglio Porto.

 

Transição pode ser feita pela Vale

Para o economista do Corecon-MG Adriano Miglio Porto, a saída para as regiões afetadas pela mineração é investir na diversificação econômica. E as mineradoras devem auxiliar. “A Vale é uma das mineradoras mais avançadas do mundo em produção e logística. É uma máquina de fazer dinheiro. Mas ela deve respeitar os impactos ambientais e socioeconômicos que gera”, critica.

Ele sugere que Vale apresente um projeto de transição para uma economia mais diversificada nas regiões onde atua. “Um fundo de estímulo ao desenvolvimento, por exemplo”, conclui.

 

Produção impacta 20 setores

Um estudo feito pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da UFMG aponta que 20 setores da economia em Minas Gerais terão sua produção afetada com a queda da atividade extrativa da Vale no Estado.

No curto prazo, o maior impacto será no setor de máquinas para a extração mineral e a construção, com queda de 1,02%. No longo prazo, o setor que mais vai sofrer será o de armazenamento e serviços auxiliares aos transportes, com queda de 1,19%.

Substituto

Serviços. No PIB de Minas Gerais, o setor de serviços ocupou o lugar da indústria no período entre 2010 e 2016. Ele passou de 61,2% do total para 68,3% nessa comparação, segundo a FJP.

 


 

 

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