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Famílias desalojadas em Itatiaiuçu buscam animais para ficarem em hotel com donos
71 bichos poderão ser levados para hospedagem provisória 12/02/2019



 
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Cerca de 150 pessoas precisaram deixar suas casas em Itatiaiuçu
Cerca de 150 pessoas precisaram deixar suas casas em Itatiaiuçu
PUBLICADO EM 11/02/19 - 19h52

Setenta e um animais domésticos de até 15kg, deixados em residências afetadas pelo alerta de risco de rompimento da barragem Serra Azul, da ArcelorMittal, na última sexta-feira (8), em Itatiaiuçu, na região metropolitana da capital, podem retornar aos cuidados de seus proprietários, hospedados em um hotel em Itaúna, cidade a 25 km da área evacuada. 

De acordo com a assessoria da siderúrgica, 30 cães, 40 gatos, e um coelho ficaram à disposição de seus tutores, após passarem por avaliação veterinária, em visita realizada pelos donos das criações no sábado (9). Até o momento, oito cães e um coelho haviam sido retirados da região denominada "zona quente". O número só não é maior, segundo a ArcelorMittal, por decisão dos proprietários, que preferiram manter os animais nos imóveis por considerarem que haveria dificuldades relacionadas a adaptação, agressividade e ruídos emitidos pelos bichos. 

Dois dos animais que já estão no hotel são da auxiliar de serviços gerais Solange Maria da Silva, 46. "Naquela madrugada que fizeram a gente sair de casa só com a roupa do corpo, peguei meus cachorrinhos e deixei com a minha filha mais velha. Agora estou com eles. Se não  tivessem me deixado ficar com eles, então morreríamos todos lá se a barragem arrebentasse. Meus cachorros também são minha família", disse.

Na manhã desta segunda, os animais abrigados no hotel foram encaminhados a um pet shop de Itaúna, onde receberam cuidados como banha, tosa e vacinas. Ainda nessasegunda, foi iniciado processo de remoção de outros 2.600 animais domésticos, compostos por mamíferos, aves e peixes. Eles serão encaminhados a casas de acolhimento em Belo Horizonte e Contagem, Betim, Itaúna e Itatiauçu, na região metropolitana. Já os de grande porte, como equinos, começam a ser trasportados a um haras na cidade de Itatiauçu. A alimentação e cuidados médicos das espécies ficarão a cargo da ArcerlorMittal. 

"Quero voltar para a minha casa", relata morador

As 116 pessoas, das 31 famílias que viviam no distrito de Pinheiros, região próxima à barragem em risco, seguem hospedadas em um hotel de Itaúna, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Algumas, ainda abaladas com a retirada repentina de suas casas e com medo de um novo desastre varrer bens conquistados ao longo dos anos, preferiram não falar. Outras, sem dizerem o nome, contaram que a incerteza do futuro tem tornado os dias "longos".

"Aqui a gente tem alimentação certinha, transporte, quarto chique, mas a liberdade de tratar das criações, de deitar a cabeça no nosso travesseiro, acabou. Ninguém sabe quanto tempo isso vai durar", desabafou um aposentado de 67 anos, morador do distrito de Pinheiros há 44.

Um sitiante de 32 anos, que também pediu anonimato, afirma que o assunto entre os moradores hospedados no hotel é o mesmo: a incerteza. "Eu trabalho há dez anos no mesmo sítio. Tenho mulher e duas meninas. E se a gente não conseguir voltar? Para onde que que vou com a minha família? Nem casa própria a gente tem".

Procurada, a assessoria da siderúrgica não soube informar o prazo de permanência das famílias no hotel, mas informou que os moradores estão recebendo todo o suporte necessário.

"Barragem não tem fissura", diz Defesa Civil

De acordo com o coordenador dos trabalhos da Defesa Civil Estadual em Itatiaiuçu, tenente Flávio Fagundes, a barragem Serra Azul- atualmente com 5 milhões de m³ de rejeitos de minério de ferro- desativada pela ArcelorMittal desde 2012, não apresentava sinais físicos de risco. "Não tinha fissura, sinal de movimentação , alteração na crista, nada. O que ocorre é que, com o episódio em Brumadinho, houve uma mudança no regulamento de segurança das barragens por parte do Departamento Nacional de Produção Mineral. Com essa mudança, entendeu-se que o risco, caso a barragem se rompa, do caminho que essa lama poderá fazer, mudou de 1 para 2, que fez ser necessária a evacuação".

Ainda de acordo com Fagundes, um laudo geotécnico deverá ser apresentado pela ArcelorMittal nas próximas semanas com as conclusões sobre monitoramento e estudos realizados no local."Enquanto isso, os dois pontos de acesso ao distrito de Pinheiros seguem fechados. Um pela BR-381 e outro ao lado da igreja matriz de Itatiauçu. Contamos com apoio da Polícia Militar (PM) para impedir que pessoas não autorizadas tentem entrar na área que segue isolada", apontou.

Procurada a ArcelorMittal não soube precisar quais mudanças nos critérios de avaliação de risco elevaram o nível da barragem Serra Azul para 2.

 


 

 

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