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Sistema Paraopeba só garante água para BH por até 18 meses
Nos bastidores da Copasa, risco é considerado real após tragédia de Brumadinho suspender captação 09/04/2019

 

O risco de desabastecimento em Belo Horizonte e região metropolitana é real, segundo o vereador Irlan Melo (PR), que é relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Barragens, da Câmara Municipal de Belo Horizonte. O motivo é a suspensão da captação no rio Paraopeba, causado pelo rompimento da barragem da mina de Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho. A Copasa confirma que garante abastecimento do sistema só pelos próximos 17 ou 18 meses.

De acordo com Melo, o sistema Paraopeba responde por 30% do fornecimento de água da capital e região. Ele afirma que em Belo Horizonte, as regiões que correm maior risco de ficar sem água são Barreiro e Oeste, justamente os locais que mais consomem a água desse sistema. “O fato é que o lago, que é uma espécie de caixa-d’água, está sendo reduzido, pois não é abastecido. Voltamos a ficar mais dependentes da chuva”, diz.

Com base em dados da própria Copasa, ele acrescenta que o sistema que existe hoje garante o abastecimento da capital e região metropolitana só até o próximo ano. “Na melhor das hipóteses, se a chuva colaborar, estão garantidos 17 meses”, frisa.

Uma fonte ligada ao setor de saneamento e à Copasa, que pediu para não ser identificada pela reportagem, confirmou que a empresa está preocupada com o abastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte e, inclusive, já está pensando em soluções preventivas para a captação. Mas o especialista afirma que o problema só acontecerá se não chover absolutamente nada nos próximos 18 meses. “É uma situação hipotética, pois, mesmo não tendo garantia, a maior probabilidade é que chova pelo menos um pouco”, explica.

Segundo a fonte, como a companhia ainda está estudando a melhor solução, não é possível estimar custos. “A questão é quem pagaria por uma obra, caso seja mesmo necessária. Seria a população?”, questiona. No mercado, circulam informações de que a Copasa já estaria em contato com a Vale, para que a empresa assumisse o investimento em obras para expansão da captação de água no sistema Paraopeba. Esse valor necessário estaria na casa dos R$ 350 milhões, segundo Irlan Melo. Por meio de nota, a Copasa informou que está buscando junto à Vale a implantação de alternativas para evitar o risco futuro de desabastecimento.

Parlamentar cobra ação de mineradora

Medidas precisam ser tomadas o mais rápido possível, para evitar o desabastecimento futuro em Belo Horizonte e região metropolitana, segundo o vereador da capital Irlan Melo (PR). Ele diz que é necessária a construção de uma outra fonte de captação, acima do local onde aconteceu o rompimento da barragem, em Brumadinho, cujo custo é estimado em R$ 350 milhões. “O tempo para que isso aconteça é de 12 meses. Isso com a obra em três turnos”,diz.

E como o problema foi ocasionado pela Vale, o parlamentar sugere que a mineradora arque com os custos da obra. A reportagem procurou a mineradora, que não se manifestou até o fechamento desta edição.

Melo conta que, na semana passada, membros da CPI fizeram uma visita técnica no ponto de captação de água da Copasa do Sistema do Paraopeba e conversaram com o gerente geral da divisão de produção do sistema, Paulo Diniz. Também houve uma reunião com o diretor de Operação Metropolitana da estatal, Rômulo Perili.

Demais reservatórios estão com a oferta hídrica em dia

A Copasa, por meio de nota, informou que o abastecimento de Belo Horizonte e região está sendo feito pelas represas de Rio Manso, Serra Azul e Várzea das Flores e pelo rio das Velhas. Segundo a empresa, não há risco iminente de colapso hídrico até 2020, apesar da interrupção da captação no rio Paraopeba desde o rompimento da barragem da mina do Feijão, no dia 25 de janeiro de 2019.

De acordo com a empresa, as represas do sistema Paraopeba e o rio das Velhas estão com plena capacidade para atender a população por pelo menos um ano e meio, inclusive durante os períodos de estiagem 2019/2020, podendo se estender, dependendo do volume de chuvas.

 


 

 

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