Gabriela, de 11 anos, ensina alguns cuidados: não usar bórax quando houver alguma ferida na pele e não deixar crianças pequenas manusearem os ingredientes | Foto: Arquivo Pessoal
PUBLICADO EM 25/05/19 - 08H00
Thuany Motta
Impressionadas com o caso de uma menina de 12 anos em São Paulo que foi internada após brincar de slime, crianças e adolescentes que curtem o brinquedo têm argumentos na ponta da língua para defendê-lo e para orientar quem também gosta de produzir a geleca caseira.
O slime é um tipo de massa de modelar que pode ser fabricada em casa. Um dos ingredientes usados no preparo, o bórax, teria sido o agente responsável pela intoxicação, segundo as suspeitas dos médicos. Também costumam ser usados no preparo espuma de barbear, água boricada, bicarbonato de sódio, corantes, entre outros ingredientes.
Algumas crianças entrevistadas pela reportagem afirmaram que estão conscientes quanto aos riscos do brinquedo e deram dicas para quem é adepto da prática.
Para a estudante Gabriela Almeida da Costa, 11, além dos cuidados, é importante que apenas crianças mais velhas e adolescentes brinque de fazer massinha em casa. “Tem que ter cuidado ao usar porque tem pessoas que podem passar mal por causa de alergia. E não pode deixar perto de criança pequena. Vou continuar usando porque sei mexer e sei dos perigos que o bórax”, afirma Gabriela. Outra dica dela é não mexer com a substância quando houver algum ferimento. No mais, segundo ela, é só se divertir. "Eu adoro fazer slime, me deixa muito feliz", disse.
A amiga de Gabriela, Luísa Conde, 11, reforça a importância dos cuidados. “Algumas pessoas têm alergia, e outras que não têm. E, para mexer com slime, você tem que ter cuidado. Não pode colocar a mão na boca e no rosto. Se você tem alergia, tem que usar luva. Depois de terminado (o slime), tem que lavar a mão com água e sabão. Eu e minha amiga Gabi não temos alergia e não passamos mal até agora”, disse Luísa.
Mas a estudante Ana Vitória Gomes, 14, tem uma história para contar. “Uma colega minha foi colocar o bicarbonato de sódio (em um recipiente), a mão dela ficou toda manchada e vermelha, quando ele caiu na pele. Aí, ela foi parar no hospital”, relata.
A adolescente conta que, depois do ocorrido, prefere brincar com a versão do slime vendida nas lojas. “Além de ficar mais barato, é mais prático, suja muito menos e faz muito menos bagunça”, afirma.
Segundo especialistas, como o slime é feito em casa, é preciso cuidados. As receitas mais populares levam produtos apontados pelos médicos como responsáveis por queimaduras, alergias e infecções.
Nesses casos, eles recomendam alguns cuidados, como orientar as crianças a não esfregarem o slime no corpo descoberto ou no rosto; impedir o contato com mucosa, certificando-se de que elas não levem a mão à boca, nariz ou olhos ou mesmo ingira o produto e não permitir que brinquem sem um adulto por perto supervisionando.
Além disso, a orientação é para que também se evite que as crianças passem muitas horas manipulando o brinquedo, principalmente se houver contato direto com a pele e observar qualquer reação ou sintoma diferente.