Fiéis lotaram a parte interna e externa da Catedral Nossa Senhora da Boa Viagem, na região centro-sul de Belo Horizonte, nessa quinta-feira (10), para dar o último adeus ao cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo, morto aos 95 anos, na última terça-feira (8), vítima de complicações de uma pneumonia.

A última missa em homenagem ao cardeal foi ministrada pelo arcebispo de Belo Horizonte e presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo que participava desde o início da semana do Sínodo da Amazônia, no Vaticano, em Roma. O vento busca debater temas ambientais, sociais e da própria igreja. Segundo Dom Walmor, a vinda especial de Roma para o sepultamento de Dom Serafim, foi autorizada pelo Papa Francisco. 

“Estava lá, tendo sabido do falecimento de dom Serafim e acompanhando o agravamento do seus estado de saúde, imediatamente tive a oportunidade de falar isso com o Papa Francisco, que precisaria me ausentar e ele disse: vai,vai! E me fez porta voz de sua saudação a toda a família, especialmente para a arquidiocese de Belo Horizonte”, explicou dom Walmor sinalizando que voltaria ao Vaticano nessa sexta-feira(11), para continuar a participar dos debates. 

Dentro e fora da Catedral de Nossa Senhora sa Boa Viagem - onde uma estrutura externa com cadeiras e um telão foi montada para abrigar todo o público- os cantos dos fiéis ecoavam em tom emocionado de despedida. Em sua fala antes e durante a celebração, dom Walmor destacou a importante contribuição de dom Serafim para a igreja.

“Dom Serafim é uma referência de grande importância para a igreja de todo o Brasil, a partir do trabalho realizado aqui na arquidiocese de Belo Horizonte. Uma figura extraordinária que se torna para nós 
uma grande referência de inspiração e do compromisso que nós temos de continuar de modo fecundo as propostas para esse novo tempo, o tempo do terceiro milênio”, disse dom Walmor.

Fiéis

Com os olhos vidrados, fiéis acompanhavam a celebração. Alguns sentados, outros em pé, tentando se esgueirar para ver o altar. 

“O acompanhava há muitos anos, assistia o programa dele, tenho fitas gravadas. Quando meu pai morreu ele me ajudou muito a superar. Para mim era um anjinho enviado por Deus”, disse a advogada Márcia Marques de Azevedo, 60.

Segundo a Arquidiocese de Belo Horizonte, desde a última terça-feira (8), quando teve início o velório, sete mil fiéis passaram pela catedral para se despedir de dom Serafim. A doméstica Joselita Florência Rocha, 53, disse que ficou sabendo da morte do cardeal a partir de um telefone da filha, que a deixou triste.  “Ela me disse: mãe, dom Serafim faleceu. Eu disse: ai, meu Deus. Foi muito triste”, contou.

Ao final da celebração, quando o caixão foi fechado, uma mistura de cantos e palmas disse adeus, em alto e bom som, a dom Serafim.