Um desentendimento entre clientes de um bar, no bairro Tupi, na região Norte da capital, quase terminou em tragédia na manhã deste domingo (17). Pelo menos duas pessoas foram esfaqueadas.
A confusão teria começado porque o agressor, que é homossexual e se veste como mulher, estaria usando o banheiro feminino do bar. Ele disse à reportagem que não se identifica como travesti. Outras pessoas que estavam no estabelecimento teriam reclamado ao dono do bar e isso teria irritado o suspeito.
"Ele (agressor) não gostou de eu ter reclamado com o dono do bar e pegou uma faca para me agredir. A minha amiga, para me defender, também acabou atingida", disse uma testemunha que não quis se identificar.
"A faca atingiu o meu braço e precisei dar 32 pontos", acrescentou. Outra mulher foi ferida na perna. As duas foram encaminhadas ao Hospital Risoleta Neves para o atendimento médico.
Já para o suspeito, de 22 anos, o motivo da briga teria sido o fato de ele estar dançando com um suposto namorado de uma das vítimas. Segundo ele, isso teria provocado ciúmes nas mulheres, que, de acordo com ele, teriam o ofendido e o agredido com a faca."Ela veio com a faca e eu com quebrei uma garrafa para me defender", contou. Apesar da alegação, o suspeito não sofreu ferimentos.
No momento do ataque, uma viatura da Polícia Militar passava pela região e viu a confusão dentro do estabelecimento. As testemunhas disseram que ninguém conseguia deter o agressor e nem a presença da polícia teria feito ele se render. Ainda de acordo com o relatos, os policiais teriam dado uma rasteira no suspeito, e assim o algemado e o encaminhado à 18ª Companhia da PM. Ele foi preso em flagrante por tentativa de homicídio.
Na CIA de PM o suspeito contou que não dorme há três dias. "Eu bebi e usei cocaína", disse. Ele alegou também que tem costume de usar banheiros masculinos e femininos, mas, que se sente mais a vontade no das mulheres. "Vou com as minhas amigas, a gente conversa, vigio a porta para elas...", disse.
O dono do bar, que também pediu para não ser identificado, disse que tem o estabelecimento há um ano e que nunca tinha acontecido confusão assim. "Não entendi o motivo. Estava juntando as mesas e, quando vi, já estava aquela bagunça", contou.
Na CIA, a PM não quis dar detalhes da ocorrência.