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POLÍCIA
"Havia um esquema de corrupção contínuo na Câmara", diz delegado de Santa Bárbara
27/07/2017

Delegados Domiciano Monteiro e Paulo Tavares, durante coletiva à imprensa em Santa Bárbara

O delegado Domiciano Ferreira Monteiro de Castro Neto, responsável pela Polícia Civil de Santa Bárbara, e o delegado regional Paulo Tavares concederam entrevista coletiva à imprensa no fim da manhã desta quinta-feira, 27 de julho, para informar detalhes da Operação Entre Serras, que prendeu políticos locais ainda no início do dia. Nove dos 11 atuais vereadores santa-barbarenses são acusados de envolvimento em várias fraudes. Segundo Domiciano, as investigações constataram a presença de um “esquema de corrupção contínuo na Câmara”.

“Ficou bem claro que, apesar de serem grupos rivais politicamente, havia um esquema de corrupção contínuo na Câmara. Independente da troca de comando, os crimes eram praticados normalmente. Além das fraudes, até as regras mais básicas eram descumpridas”, afirmou o delegado.  Ao todo, dez pessoas foram presas, entre elas, quatro vereadores da atual legislatura. Outros cinco parlamentares foram conduzidos coercitivamente.

A Operação Entre Serras reuniu mais de 90 policiais civis, 20 viaturas e até um helicóptero. Foram cumpridos 20 mandados de prisão, de busca e apreensão e de conduções coercitivas. O atual presidente da Câmara, Juarez Camilo Carlos (PSDB), e o ex-presidente José Ladislau Ramos (Dedé Ramos – PTdoB), que não foi reeleito, estão entre os presos preventivamente. Também foram conduzidos quatro funcionários do Legislativo e um empresário do município.

De acordo com o delegado Domiciano Monteiro, as fraudes envolvem dispensa ilegais e fraudes em licitações, interferência em investigações, formação de organização criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documentos, peculato, corrupção passiva e prevaricação, entre outros. Diversos documentos foram apreendidos, além de celulares, computadores e uma arma de fogo, encontrada na casa de um dos vereadores detidos.

Segundo o responsável pelas investigações, uma das fraudes acontecia no contrato para que o cinema de Santa Bárbara funcionasse na Câmara de Vereadores. Domiciano explicou que a Casa Legislativa pagava R$ 100 mil por mês a um prestador de serviço, mas há indícios de que o dinheiro retornava aos parlamentares.

Outro esquema denunciado diz respeito às verbas de diárias. O delegado afirmou que as investigações concluíram que os vereadores protocolavam pedidos de viagens e recebiam os valores, mas não saiam da cidade. Essa prática teria acontecido na legislatura passada (vereadores, inclusive se tornaram réus a partir de uma ação do Ministério Público) e continuado entre os atuais parlamentares. “Eles combinavam previamente as viagens e já avisavam que não viajariam. Os vereadores não realizaram sequer a metade das viagens que informaram à Casa”, disse o delegado. “Somente um vereador desviou cerca de R$ 100 mil”, completou. 

 


 

 

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