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Estudante levada pela chuva queria mapear áreas de risco
Anna Luísa Fernandes apresentou projeto para pesquisar pontos de alagamento em Venda Nova 20/11/2018

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Destino. Jovem morreu ao ser sugada por bueiro em Venda Nova, durante temporal do último feriado
PUBLICADO EM 20/11/18 - 03h00

Uma triste coincidência vai ficar na história de Anna Luísa Fernandes Paiva Maria, 16, que morreu afogada durante o temporal da última quinta-feira, no bairro São João Batista, em Venda Nova, em Belo Horizonte. Estudante do curso técnico em meio ambiente do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), ela havia apresentado, no último dia 5, um projeto à escola justamente para mapear as áreas de inundações da região, onde ela também morava.

O professor Carlos Wagner Coelho foi convidado por Anna Luísa e por uma estudante chamada Beatriz para ser o orientador do trabalho, que recebeu o título de “Utilização de técnica de geoprocessamento para análise da susceptibilidade de áreas de inundações e seus impactos na região de Venda Nova”. “O projeto havia sido submetido a um edital de Bolsa Complementar Estudantil, e estávamos aguardando a resposta do Cefet para ver se iria ser aceito. Daríamos início ao projeto no início do ano que vem”, contou o professor, emocionado.

Pesquisa

Ele disse que a ideia de Anna Luísa era exatamente mapear áreas com risco de inundação, como a que ocorreu na avenida Doutor Álvaro Camargos, onde ela foi sugada por um bueiro que estava aberto e encoberto pela água, justamente porque a rede de drenagem da região não suportou o volume de chuva daquele dia. Ela foi levada para dentro da galeria pluvial subterrânea, e seu corpo só foi encontrado 18 horas depois, a 4 km do local do desaparecimento.

“Ela me disse que morava na região de Venda Nova, onde há muito alagamento na avenida Vilarinho, e que gostaria de mapear as áreas de risco de alagamento. Eu falei que seria uma ótima ideia, que o projeto tinha um cunho ambiental muito forte e que seria muito útil para a sociedade”, relatou o professor.

Segundo ele, a proposta apresentada pela jovem estava “muito bem escrita”. Ele fez algumas correções e indicou para Anna Luísa e sua colega alguns artigos para leitura. Mesmo depois da tragédia, o professor disse que ele e Beatriz esperam que a pesquisa seja realizada. “Vamos torcer para ser aprovado e darmos continuidade ao projeto em nome da Anna Luísa”, concluiu Coelho.

 

‘Jovem era engajada e participativa’

“Ela estava toda animada, torcendo para o projeto ser aprovado. Ela ganharia uma bolsa de estudo de cerca de R$ 250, que é uma forma de incentivar o aluno à pesquisa”, lamentou o professor Carlos Wagner Coelho. “No feriado, nós tivemos a triste notícia de que ela foi vítima exatamente do seu objeto de estudo”, disse ele.

De acordo com o professor, a proposta do edital é que o aluno desenvolva aptidão para a pesquisa e tente associar a teoria com a prática. “Com certeza, a gente faria a divulgação desse trabalho em congressos e seminários. Temos contatos com a Defesa Civil e iríamos fazer um contraste com o que já é mapeado pelas autoridades municipais”, disse o professor.

Ele considerava Anna Luísa uma aluna extremamente engajada e participativa. “Ela estava sempre no departamento ajudando os colegas”, completou Coelho.

Aula suspensa

Luto. A área pedagógica do Cefet suspendeu as aulas nesta segunda (19) e terça-feira (20) para as três turmas do curso técnico em meio ambiente. Segundo o professor Carlos Wagner Coelho, a morte de Anna Luísa provocou profunda tristeza entre alunos e docentes.

 


 

 

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