Em mais uma etapa da investigação da CPI criada pela Assembleia Legislativa para apurar as responsabilidades sobre a tragédia de Brumadinho, uma testemunha contou ontem que, seis meses antes do rompimento, o pai dele viu lama brotar da barragem e foi chamado para ajudar a contê-la.
“Eles buscaram areia, brita e manta geotêxtil para fazer o paliativo”, contou o operador mecânico da Vale Fernando Henrique Barbosa. Seu pai morreu na tragédia.
Segundo Barbosa, seu pai informou aos superiores sobre a gravidade da situação e aconselhou que as pessoas fossem retiradas do local. “Eles disseram que a barragem gerava muito emprego e que não podia parar. Eles sabiam”.
A CPI ouviu depois Manoel Wilton Alves de Souza, também funcionário da Vale, que disse que a mineradora não detonou explosivos após o rompimento.
Resposta da Vale
A Vale informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que nenhuma inspeção apontou risco iminente de rompimento da barragem. Leia na íntegra:
"A Barragem I possuía todas as declarações de estabilidade aplicáveis e passava por constantes auditorias externas e independentes. Havia inspeções quinzenais, reportadas à Agência Nacional de Mineração, sendo a última datada de 21/12/2018. A estrutura passou também por inspeções nos dias 8 e 22 de janeiro deste ano, com registro no sistema de monitoramento da Vale. Em nenhuma dessas inspeções foram detectadas anomalias que apontassem para um risco iminente de rompimento da barragem"