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O desafio maior foi fazer funcionar o que é urgente', diz Kalil sobre os 100 primeiros dias à frente da Prefeitura de BH
O prefeito Kalil (PHS) fez um balanço de sua administração ao G1; dentre os assuntos abordados estão a saúde, o transporte, educação e econo 12/04/2017

 

Prefeito Alexandre Kalil (PHS) fala sobre os 100 primeiros dias de sua gestão (Foto: Pedro Ângelo/G1)Prefeito Alexandre Kalil (PHS) fala sobre os 100 primeiros dias de sua gestão (Foto: Pedro Ângelo/G1)

Prefeito Alexandre Kalil (PHS) fala sobre os 100 primeiros dias de sua gestão (Foto: Pedro Ângelo/G1)

Eleito para seu primeiro cargo público em outubro do ano passado, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), foi entrevistado pelo G1 sobre os 100 primeiros dias de governo, que foram completados nesta segunda-feira (10).

Kalil conversou com a reportagem nesta terça-feira (11) por cerca de 15 minutos e respondeu a 11 questões. A entrevista foi realizada no gabinete do prefeito, no centro de Belo Horizonte.

Durante a entrevista, o prefeito autoavaliou sua gestão como regular. “Eu acho que é regular, não foi feito nada de espetacular, foram feitas coisas de bom senso, num custo muito baixo”, disse o prefeito. Ele ainda falou sobre recursos destinados a hospitais estaduais que a prefeitura destinou para evitar fechamento.

Alexandre Kalil falou sobre os seguintes temas:

 

  • Situação financeira da prefeitura
  • Reajustes salariais do funcionalismo
  • Construção de UPA e atendimento de saúde
  • Retirada de camelôs do centro da capital
  • Déficit de vagas na educação infantil
  • Administração do Anel Rodoviário de Belo Horizonte
  • Atendimento a moradores de rua
  • Relacionamento do prefeito com o governo do estado
  • Reforma administrativa
  • Caixa-preta do transporte coletivo de Belo Horizonte

 

Leia a entrevista na íntegra:

Como o senhor avalia sua gestão nesses cem primeiros dias?

Olha, eu acho que é regular, não foi feito nada de espetacular, foram feitas coisas de bom senso, num custo muito baixo. E acho que ela tende a melhorar com esse andar de financiamentos, com esse andar de concorrências, com tudo que a gente quer implantar na cidade. Eu acho que o desafio maior foi fazer funcionar o que é urgente, né? Que é falta de remédio, os hospitais, isso foi feito. Não acho que houve nada de espetacular, não tenho essa pretensão. Acho que eu conheço esse caminho de achar que estar tudo bem e não estar tudo bem. A população sofre, sofre com o transporte de baixa qualidade, sofre com a falta de saúde e sofre com a educação também.

 

Prefeito, qual a situação real dos cofres da prefeitura, neste momento?

Olha, a situação é que nós recebemos uma demanda reprimida do funcionalismo de R$ 360 milhões, né? Estamos negociando com sindicatos. E uma arrecadação que caiu. Nós temos esperança que ela melhore. E se a gente segurar esse equilíbrio de fazer a cidade funcionar, nós podemos chegar a um bom termo até o final do ano. Mas é uma situação muito apertada que nós estamos controlando com a redução... Acabamos com dez secretarias, as regionais foram transformadas, praticamente, em ouvidorias. E isso vai gerar uma economia de quase R$ 50 milhões. E devolvendo prédios alugados. Enfim, estamos fazendo o dever de casa porque nós temos que levar a saúde para a população, temos que levar educação, temos que conveniar mais creches. E tudo isso demanda dinheiro, demanda convênios. Estamos tratando com o Ministério das Cidades, estamos tratando com o Ministério da Saúde, estamos tratando com a Caixa Econômica Federal, para que também a gente possa intervir na periferia de Belo Horizonte com obras tão necessárias de urbanização, de saneamento. Então, esta é a real situação da prefeitura.

É possível falar em valores?

Nós temos hoje, contratados com a Caixa Econômica, praticamente certo, só dependendo de projetos, de concorrência, é de R$ 1,6 bilhão para obras. Área de saneamento.

Servidores municipais pedem recomposição salarial de 17%. Na educação, o pedido é de 27,5%. Qual o diagnóstico que o senhor faz da situação salarial e das condições de trabalho do funcionalismo? Haverá reajuste? Para quais áreas?

Olha, nós estamos negociando, caso a caso, isso são demandas reprimidas que eu acabei de falar. Isso foi acumulado. Isso não foi pago o que deveria ter pago. Agora, nós temos é que negociar porque é muito importante que o funcionalismo entenda que nós precisamos dele. Mas precisamos num sentido mais amplo. Do entendimento da dificuldade que o país passa. Nós não podemos botar o funcionalismo numa bolha porque, se a gente colocar numa bolha fora da realidade do contexto da prefeitura, o que vai acontecer é o que aconteceu no estado. Nós não vamos ter dinheiro para pagar. Então, nós estamos levando eles num diálogo que o aumento da arrecadação vai nos deixar recompor essa demanda de quase R$ 400 milhões que está reprimida do funcionalismo público, que deveria ter sido pago e não foi.

Tem previsão de reajuste?

Quem está negociando isso é a Secretaria de Planejamento, com eles. A notícia que eu tenho do secretário André Reis é que as negociações estão sendo muito boas e há uma compreensão muito grande do funcionalismo a respeito do problema que a prefeitura vem passando.

Mas está sendo finalizado, se haverá ou não?

Está finalizado que haverá [reajuste] em caso de aumento de arrecadação que está prevista para o segundo semestre.

No dia da posse do secretariado, o senhor afirmou que dentro de 30 a 60 dias haveria uma nova UPA [Unidade de Pronto-Atendimento] na cidade. Dias depois, ao visitar a UPA Primeiro de Maio, o senhor disse que iria inaugurar uma nova UPA nas proximidades dizendo que “é pouca UPA para muita gente”. Qual a situação desta obra? Quando esta unidade será de fato entregue?

O problema não é a UPA. A parede, a construção, é fácil. Inclusive já tem o lugar. O problema é a recomposição toda da saúde. Porque neste intervalo, nós não podemos esquecer que nós tivemos o quase fechamento do [Hospital] Risoleta Neves, quase o fechamento do [Hospital] Sofia Feldman, a restrição de atendimento na Santa Casa. São coisas que não são da Prefeitura de Belo Horizonte. Só que a Prefeitura entrou nos três casos. A prefeitura entrou e resolveu os três casos. Então, quando a gente fala que vai fazer alguma coisa e não faz, é porque precisou-se fazer coisa muito mais importante do que fechar três hospitais desta magnitude. Agora, nós temos que fazer, vamos fazer. Já conseguimos com o governo do estado mais R$ 20 milhões para estes hospitais agora, nós vamos colocar o dinheiro. Para poder olhar pra nós agora. Porque nós estamos olhando para o estado de Minas Gerais e os hospitais atendem mais da metade do estado de Minas Gerais, e não da Prefeitura de Belo Horizonte. Agora, se ninguém olhar pra isso, se todo mundo virar o rosto, eles vão fechar. E você imagina o que é um Risoleta Neves, ou um Sofia Feldman ou uma Santa Casa fechando? Então, tem que ter essa compreensão que não se prometeu e não se cumpriu não. Surgiram problemas nestes 60 dias graves e que a população tem ciência que fomos nós que socorremos os três casos. Agora mesmo, na semana passada, direcionamos R$ 1 milhão para a Santa Casa de dinheiro da Secretaria Municipal de Saúde para ter remédio lá dentro para atender. E quando nós pegamos a Prefeitura de Belo Horizonte, nós não tínhamos um remédio dentro dos centros de saúde. Hoje, graças a Deus, não se falta nada.

A situação desta UPA no Primeiro de Maio está no cronograma?

Está no cronograma, está sendo recomposto. Isso não é fácil, como todo mundo pensa. Na hora que surgem problemas extras no meio do caminho, você desvia da sua rota de planejamento. Então, a saúde é um negócio que é prioridade do governo e que nós estamos agora apagando incêndio. Não na Prefeitura de Belo Horizonte. Porque o da prefeitura nós apagamos nos primeiros 30 dias. Mas é do estado todo que desagua em Belo Horizonte.

Prefeito Alexandre Kalil fala sobre os 100 primeiros dias de sua gestão em Belo Horizonte (Foto: Pedro Ângelo/G1)Prefeito Alexandre Kalil fala sobre os 100 primeiros dias de sua gestão em Belo Horizonte (Foto: Pedro Ângelo/G1)

Prefeito Alexandre Kalil fala sobre os 100 primeiros dias de sua gestão em Belo Horizonte (Foto: Pedro Ângelo/G1)

O senhor anunciou a retirada dos camelôs do centro. A prefeitura pensou em adotar alguma medida para estimular a geração de renda entre estes ambulantes?

Claro. Os ambulantes não vão ser simplesmente retirados da rua, não. Eles vão ser transferidos para feiras. Isso é um trabalho transversalizado entre a Ação Social, entre a Segurança, entre a Política Urbana. Está sendo feita toda uma equipe das secretarias porque você não pode jogar um camelô na rua, higienizar. Isso não existe mais. Não pode ser feito. Então, estão sendo cadastrados e reconduzidos esses camelôs para o centro seja devolvido para a população e ao comércio legal que trabalha lá e que gera emprego e renda.

Está definido o modelo destas feiras?

Não. São feiras que já existem. Lugares distintos que a própria secretaria pode te informar.

A prefeitura já tem condições e projeção para suprir o déficit de 17 mil vagas da educação infantil?

Temos, temos. É, um programa... fizemos um chamamento agora, né? Nós temos que lembrar que, de cara, nós reabrimos uma escola e 80 salas de aula. Nós colocamos, em 40 dias, 1,3 mil alunos para dentro da escola. Fizemos já um chamamento de creche, de novas creches. E esse é um problema que vai ser, já é um problema crônico, mas que nós esperamos que, até o final do nosso governo, nestes quatro anos, a gente quase reduza isso ao máximo possível. Mas, né, a ação foi feita. Qual que é a ação? Reabrir sala de aula, reabrir escola e contratar 350 professores. São coisas concretas que estão sendo feitas para que isso aconteça. E, se não for por atos concretos, isso nunca vai ser universalizado como deve ser.

O senhor usou o termo 'carnificina' para se referir ao Anel Rodoviário e disse que assumiria a administração da via. Como a gestão municipal vai tornar a rodovia mais segura, evitar mortes? E há tratativas com o ministério?

O que aconteceu é que o Dnit veio aqui me procurar porque o DEER não terminou os projetos. O que eu disse foi o seguinte: “se o Dnit quiser entregar a BR para a prefeitura, a prefeitura vai transformar o Anel numa avenida”. Então, não é mais um anel. E, aí, nós vamos entregar para técnicos para que aquilo seja tratado como uma avenida perimetral e não como um anel rodoviário, né? Porque não é mais um anel rodoviário. Tem uma área de estrangulamento. Então, isso é um projeto. Eu me ofereci e continuo me oferecendo. Passem a verba para a prefeitura porque, ali, é caso de polícia, tá certo? De sinais, de interseção, de estrangulamentos, que têm que ser tratados e enfrentados. E não foram enfrentados. A única coisa que fizeram no Anel Rodoviário até hoje foi recapear. E recapear não salva vida de ninguém.

A cada dia, vemos mais moradores nas ruas de Belo Horizonte. A prefeitura anunciou que vai começar a trabalhar essa questão. Tem alguma ação emergencial a ser tomada? Como estão os trabalhos relativos a essa população?

A população de rua não pode ser nada emergencial. Ela tem... é uma questão de abordagem. E abordagem é feita com calma, né? Porque isso é questão de humanidade. Então, nós temos abrigos, nós temos lugares para abrigar, nós temos que abordar e ir tirando aos poucos. Não tem questão emergencial com um ser humano. Você vai fazer o quê? Você vai jogar no mar? Então, nós temos é que abordar com calma. É um problema gravíssimo. Eu considero os dois problemas mais graves de Belo Horizonte, que a gente não tem ainda uma definição de como acabar, que não depende nem de dinheiro nem de vontade política: são resíduos sólidos, que é um problema grave das grandes cidades, e o morador de rua, que é outro problema grave. E esse é mais grave ainda porque é humano, né? Então, não tem nada emergencial para isso. Nós vamos ver, com a calma e com a humanidade que eu prometi na minha campanha.

Como está o relacionamento do prefeito com o governo do estado? Já existe trabalho em conjunto?

Muitos. Inclusive, ontem, nós assinamos um termo de intenções. Nós estamos cedendo na Padre Pedro Pinto, talvez seja o maior batalhão da Polícia Militar, que vai dar uma segurança enorme para aquela área. Nós cedemos o imóvel para a Polícia Militar, e a Polícia Militar está nos cedendo os estandes de tiro, treinamento, com toda a munição, que é um trabalho caro, para a Guarda Municipal.

Quando a prefeitura pretende enviar à Câmara a reforma administrativa? O que vai mudar?

Vai mudar... Praticamente, são a redução do estado, né? A redução de secretarias, a fusão de fundações. E já disse, não vou detalhar para imprensa antes de detalhar para os vereadores. E, por volta do dia 18, 19, deve estar sendo entregue na Câmara, para os debates, para que todos conheçam a reforma, que já está sendo implementada, tá? Na verdade, essa reforma já foi feita. As secretarias já estão sem cargos, as próprias regionais já funcionam como ouvidoria. Então, a reforma administrativa, entre aspas, já está feita. Agora, nós temos que oficializar e pôr ela transparente para o povo de Belo Horizonte.

O senhor prometeu divulgar a caixa-preta do transporte, expondo as planilhas de custo. A consulta pública terminou na semana passada. Quando a população vai ter acesso aos custos do sistema de transporte? Podemos esperar redução na tarifa?

Olha, eu não sei. É por isso que está sendo feita a auditoria. Se for para reduzir, vai reduzir. O que nós temos é o seguinte: nós vamos colocar as entidades, os movimentos sociais, a Câmara de Vereadores, e a Prefeitura de Belo Horizonte junto com os empresários de transporte e vamos abrir, né? É o que você disse. É o chamamento público, a concorrência. Isso não é uma coisa que se faz do dia para a noite. Mas já acabou o chamamento. Agora, está indo para finalizar a concorrência, né? Nós vamos colocar na praça. Vamos chamar a auditoria e vamos abrir os números porque não pode ter segredo, né?

Sobre a situação real dos cofres da prefeitura, o senhor não falou de valores.

Falei, falei.

Falou só de uma previsão da Caixa. Mas quanto tem hoje em cofre? Isso pode ser exposto? A receita e a despesa.

A despesa, houve uma redução do primeiro bimestre, que já saiu, de R$ 280 milhões. Isso foi publicado, inclusive na imprensa, né? Nós reduzimos a despesa em R$ 280 milhões relativo, reduzimos a despesa também. Então, esses são os números já oficias, que também é um número que ele é pouco estável. Ele não tem em tempo real, né? Então, no primeiro bimestre, nós reduzimos o custo em R$ 285 milhões.

Nos primeiros dois meses do mandato?

Nos primeiros dois meses do mandato. Mas tivemos uma baixa de arrecadação também. Então, é o que está fazendo. Nós estamos reduzindo custo, mas porque a receita está caindo.

 


 

 

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