O prefeito de Itabira, Damon Lázaro de Sena, recebeu diretores da Fundação São Francisco Xavier (FSFX) na tarde desta segunda-feira, 4 de abril, para a assinatura do contrato de administração do Hospital Carlos Chagas (HCC). A partir dessa cerimônia, a entidade de Ipatinga passa a ser oficialmente responsável pelo gerenciamento da unidade de saúde, agora exclusivamente destinada a atendimentos de usuários do SUS.
A assinatura de contrato ocorreu no gabinete do prefeito. A FSFX foi representada por seu diretor Luís Mário Araújo Ramos. Além dele e do prefeito, assinaram o documento o secretário municipal de Saúde, Reynaldo Damasceno, o vereador Sueliton Sousa e o procurador da Prefeitura de Itabira, Alfredo Lage Drummond.
O diretor da entidade ipatinguense afirmou que a cerimônia de assinatura é um dia muito importante para a Fundação São Francisco Xavier e para o município de Itabira. Ele falou brevemente sobre o trabalho da FSFX no Vale do Aço, com a administração do Hospital Márcio Cunha, e defendeu o SUS. “No ano passado, 73% dos atendimentos no Márcio Cunha foram pelo SUS. É um sistema em evolução. Lutamos e acreditamos nele”, disse. Luís Mário também falou de responsabilidades. “Se até aqui foi difícil, o mais difícil ainda está por vir. É muita responsabilidade. Não é simplesmente fazer a assistência, mas atender com muita qualidade e respeito aos usuários”, completou.
O prefeito Damon citou a qualidade do Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga, e disse que Itabira é uma cidade privilegiada por ter a entidade na administração do Carlos Chagas. O chefe do Executivo, que já havia se manifestado ser contrário ao 100% SUS no HCC, disse que mudou de opinião depois que assumiu a administração municipal. “Eu sou corporativo e bairrista com os médicos, mas apenas naquilo que é certo. Eu tinha o entendimento de que o atual modelo era o melhor, mas depois que assumi a Prefeitura ampliei meus horizontes. O que acontecia no Carlos Chagas não é justo”, afirmou.
Para o prefeito, uma estrutura pública não pode ser usada por instituições particulares, como os planos de medicina suplementar. “As pessoas dizem que o Carlos Chagas foi doado pela Vale, o que não é verdade. Foi uma permuta por áreas na Camarinha. E o equilíbrio de 60% SUS e 40% suplementar não acontecia em todos os setores, o que é errado. Os médicos atendiam a iniciativa privada em um espaço público”, declarou Damon.
O secretário municipal de Saúde, Reynaldo Damasceno, tratou a cerimônia como “um marco na história de Itabira”. Ele afirmou que o HCC é a primeira estrutura a ser controlada por uma Organização Social de Saúde (OSS) e que outras virão, como a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na região do bairro João XXIII. Sobre a FSFX, disse que “Itabira verá a qualidade que o Vale do Aço já conhece”.
Mudanças
A Fundação São Francisco Xavier assume o lugar da Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira (Funcesi) na administração do Hospital Carlos Chagas. O contrato é de 10 anos, com valores fixados em R$ 455.583.650,00, o que representa repasses mensais de R$ 3,1 milhões.
A transição está na fase de migração. A partir do dia 21 de abril, a FSFX assume definitivamente a administração. Nos próximos dias, a entidade vai divulgar um edital de chamamento público para a contratação de funcionários e corpo clínico. Pelo menos 300 pessoas devem ser contratadas.