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Mesada de R$ 80 mil a Cardozo
Joesley Batista afirma que acertou contratos fictícios com escritório de amigo do ex-ministro 12/09/2017

Joesley Batista
Joesley Batista e Ricardo Saud chegaram em Brasília no início da tarde e passaram por exame de corpo de delito no IML
 

BRASÍLIA. O empresário Joesley Batista, dono da JBS, disse em depoimento à Procuradoria Geral da República (PGR) que acertou contratos fictícios com o escritório de Marco Aurélio Carvalho, sócio do ex-ministro petista José Eduardo Cardozo. A banca “emitia mensalmente notas de R$ 70 mil ou R$ 80 mil para contratos fictícios, e parte desse dinheiro iria, segundo Marco Aurélio, para José Eduardo Cardozo”, de acordo com Joesley.

O empresário contou que os contratos serviam para manter “boa relação” com o ex-ministro da Justiça, que o “tratava muito bem”, segundo lhe dizia Marco Aurélio. Ainda segundo Joesley, conforme o advogado, “o dinheiro chegava a José Eduardo Cardozo”. O dono da J&F, contudo, disse que “nunca perguntou se o dinheiro chegava” de fato a Cardozo.

O ex-ministro da Justiça disse nessa segunda-feira (11) que as novas afirmações contradizem as primeiras declarações dadas por Joesley em acordo de delação premiada quando fez referências a Marco Aurélio. Segundo o ex-ministro, os executivos da JBS o isentaram de qualquer relação com os pagamentos. Segundo Cardozo, o contrato em questão foi firmado por outro escritório de Carvalho antes de os dois se associarem no atual. Já Marco Aurélio Carvalho disse que “não houve, e nem poderia haver, atribuição de qualquer conduta ilícita ou até mesmo inadequada” a ele e a seu escritório.

Áudios. Também em depoimento na última quinta-feira, o executivo Ricardo Saud, delator da J&F, disse que gravou conversa com o ex-ministro da Justiça e enviou o áudio para o exterior. A informação consta do pedido de prisão dele, de Joesley Batista e do ex-procurador Marcelo Miller, feito pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot.

Indagado pelos procuradores, Saud reafirmou que “não gravou aqui na PGR nem reunião com os procuradores da República”.

As gravações do ex-ministro da Justiça também foram confirmadas por Joesley, que disse possuir “mais áudios” de gravações feitas com diferentes pessoas, e que “pode entregar” todas.

Também segundo Joesley, os áudios estão “fora do Brasil”. Mas o empresário não foi questionado pelos procuradores sobre onde está esse material e como ele teria sido enviado para o exterior. De modo enigmático, Joesley disse também possuir “áudio com relatos de crimes de terceiros interlocutores, sem a participação do depoente”. Os procuradores, novamente, não indagaram como Joesley teria tido acesso ou teria feito essas gravações de conversas em que não estava presente.
O ex-ministro Cardozo declarou que soube “com indignação” que os executivos da J&F tentaram criar uma “armadilha” em uma reunião em que discutiram “a contratação dos serviços de seu escritório”, o CM Advogados.

Para a PGR, conversas como a de Cardozo não apenas deixaram de ser entregues ao MPF como foram levadas ao exterior, “em aparente tentativa de ocultação dos arquivos das autoridades”. Segundo Joesley, ele avaliou as gravações que conteriam ou não suposto indício de crime e entregou o que julgou necessário à PGR para formar seu acordo de delação.


 

 

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