O Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Itabira completa, nesta sexta-feira (24/11), 25 anos de acolhimento a pacientes com transtorno mental em Itabira. Para comemorar, será realizado um seminário para profissionais da rede de atenção psicossocial de Itabira e região, usuários, familiares e servidores. O evento será a partir das 8h30, no auditório do Parque Municipal Mata do Intelecto.
O diretor de Saúde Mental, Marcelo Amorim do Amaral Castro – que faz parte do processo de organização dos atendimentos em saúde mental desde o início –, destaca que o atendimento ao usuário de transtorno mental evoluiu muito em Itabira desde 1986, quando o serviço foi criado pela Secretaria de Estado de Saúde. Naquela época, havia um ambulatório no então Posto de Saúde Dr. Saad, onde atendiam três psicólogos, um psiquiatra e uma assistente social. Em 1989 foi a vez do Município contratar a sua primeira equipe. A partir daí, Estado e Município se uniram e criaram um ambulatório na Policlínica, que atendia pacientes apenas em nível ambulatorial. Casos que necessitassem de internação eram encaminhados para os hospitais referências em Belo Horizonte: Galba Veloso e Raul Soares.
O grande passo, conforme lembra Marcelo Amorim, ocorreu em 1992, quando a equipe conseguiu sensibilizar o então prefeito Luiz Menezes para que criasse o serviço de hospital dia com equipe multiprofissional para minimizar as internações. Foentão que Luiz Menezes implantou oi Caps, em 24 de novembro de 1992. A unidade começou a funcionar numa casa alugada no bairro Pará. “Eu fiz parte desse momento e de lá pra cá o serviço avançou bastante. Inclusive, Itabira foi um dos primeiros municípios do Estado a ter um Caps”, salienta Marcelo Amorim.
Já em 1995 o Caps foi transferido para sua sede própria, no bairro Campestre. A equipe foi ampliada e a unidade passou a ser referência em atendimento para 13 municípios da região.
Com o aumento da demanda, unidades especializadas foram criadas ao longo dos anos: em 30 de novembro de 2006, foi instituído o Caps Infantil (Capsi), que oferece atendimento especializado a crianças e adolescentes com transtornos mentais graves; em 2011 foi implantado o Centro de Convivência, onde são recebidos grupos de pessoas em tratamento, para ressocialização; em 7 de outubro de 2014 foi implantado o Caps Álcool e Drogas (Caps AD), que atende pessoas que fazem uso abusivo ou são dependentes de álcool, crack e outras drogas.
“Itabira é a única cidade no Centro-Leste mineiro que possui os três tipos: Caps Adulto, Capsi e Caps AD. Isso é uma grande conquista, pois a cidade é uma das poucas do interior do Brasil que possui uma rede tão bem organizada e estruturada”, salienta Marcelo Amorim. Ainda de acordo com o psicólogo, todas as unidades dispõem de equipe multidisciplinar composta por psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, enfermeiros e médicos. O usuário e sua família têm atendimentos individuais e em grupo. Um projeto terapêutico é direcionado para cada usuário e a ele e à sua família são ofertadas várias modalidades de atenção psicoterápica e terapêutica, coordenadas por equipe multidisciplinar, além da medicação e consultas psiquiátricas.
Outro avanço obtido ocorreu em 2016, quando foram criados leitos de retaguarda em saúde mental no Hospital Nossa Senhora das Dores. Estes leitos constituem um tratamento substitutivo à internação hospitalar e devem ser indicados apenas em situação de crise aguda do paciente até a estabilização.