"Pode-se afirmar que a investigação cuja instauração ora se requer tem como objetivo preponderante obter provas relacionadas a uma das células que integra uma grande organização criminosa – especificamente no que toca a possíveis ilícitos praticados no âmbito da empresa Furnas. Essa célula tem como um dos seus líderes o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro", diz Janot no pedido.
As suspeitas contra Cunha são de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O procurador pede uma série de diligências no prazo de 90 dias, como o depoimento de Eduardo Cunha e juntada de investigação sobre Furnas feita na Justiça do Rio de Janeiro.
Ao comentar o pedido de abertura de inquérito ao Jornal Nacional nesta segunda-feira (2), Cunha afirmou que o procurador-geral da República continua despudoradamente seletivo em relação ao presidente da Câmara.
Disse ainda que se o critério fosse a delação do senador Delcídio, o procurador deveria ter aberto inquérito para investigar a presidente Dilma Rousseff, citada pelo senador por práticas de obstrução à Justiça.
O pedido se baseia na delação premiada de Delcídio do Amaral, que apontou que Cunha tinha relação entre dirigentes de Furnas e que atuava para beneficiar o doleiro Lúcio Funaro, do qual era próximo. Também aponta informações de que Funaro pagava o hotel de Cunha e que usou avião cedido pelo deputado como contraprestação pela propina.