Durante sabatina do jornal O Globo nesta quarta-feira, Ciro Gomes, candidato à Presidência pelo PDT, disparou contra vice de Jair Bolsonaro, postulante ao Palácio do Planalto pelo PSL, o general Hamilton Mourão, a quem chamou de “um jumento de carga”. O pedetista fez críticas também ao comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, a quem teria demitido por fala pública sobre instabilidade política no Brasil e que “provavelmente pegaria uma cana”.
Ciro Gomes retrucou uma frase do vice de Bolsonaro: “Se querem usar a violência, os profissionais da violência somos nós”, dita depois do atentado contra o candidato do PSL, que levou uma facada durante ato de campanha em Juiz de fora, na quinta-feira passada.
“É um jumento de carga. Acha que tem o poder. Vem general, seu jumento de carga”, afirmou Ciro Gomes durante a sabatina. “O Exército é profissional da defesa, seu jumento de carga”, acrescentou o pedetista.
"Quem manda nesse País é nosso povo. Tutela, sargentão dizendo que vai fazer isso e aquilo, comigo não acontecerá. Sob a ordem da Constituição, eu mando e eles obedecem. Quero as Força Armadas poderosas, modernas, altivas. Não quero envolvidas no enfrentamento do narcotráfico, isso é papo de americano", disse Ciro em outro ponto da entrevista.
Militar não fala de política
Em matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo no domingo passado, Villas Bôas afirmou que "a legitimidade do novo governo pode até ser questionada" e que o ataque a Jair Bolsonaro "materializa" seu temor de que a intolerância e a polarização na sociedade afetem a governabilidade.
"No meu governo, militar não fala em política. Se fosse no meu governo, ele estaria demitido e provavelmente pagaria uma cana. Eu conheço bem o general Villas Bôas. Ele está fazendo isso para tentar calar as vozes das cadelas no cio que estão se animando, o lado fascista da sociedade brasileira", afirmou. (com Estadão Conteúdo).