Rio de Janeiro. O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, comemorou na noite deste domingo (7) o resultado do primeiro turno da eleição. Ele disputará o segundo turno com o candidato do PT, Fernando Haddad. Em uma transmissão ao vivo no Facebook ao lado do economista Paulo Guedes, o capitão reformado destacou que o Brasil já teria um presidente eleito neste domingo não fossem os “problemas” do sistema eletrônico. Durante a votação, a campanha do presidenciável denunciou supostas irregularidades no sistema eletrônico e questionou a legitimidade do pleito por este sistema.
“Não podemos nos recolher. Vamos juntos ao TSE exigir soluções para isso que aconteceu. Foi muita coisa. Tenho certeza que, se esse problema (supostas irregularidades nas urnas) não tivesse ocorrido, se tivesse confiança no sistema eletrônico, já teríamos o nome do presidente. O que está em jogo é a nossa liberdade”, ressaltou Bolsonaro.
“Reclamações foram muitas, inúmeras. Quando aprovamos o voto impresso lá atrás, era justamente para evitar isso. Lamentavelmente, o sistema ganhou essa primeira batalha aí derrubando o voto impresso”, declarou o presidenciável.
O candidato do PSL disse que ouviu críticas de eleitores sobre as urnas. Bolsonaro tem afirmado que não confia na “lisura” do processo e, na transmissão deste domingo, citou um vídeo em que um eleitor diz apertar o número 1 e, automaticamente, a urna acrescenta o 3, formando, assim, o 13, número do candidato do PT, Fernando Haddad. Esse vídeo citado por Bolsonaro é uma montagem e é fake.
“Vamos exigir soluções para isso que aconteceu agora, e não foi pouca coisa, foi muita coisa. Tenha certeza, se esses problemas não tivessem ocorrido, e tivéssemos confiança no voto eletrônico, já teríamos o nome do futuro presidente da República decidido hoje (domingo)”, afirmou Bolsonaro.
O candidato declarou que, se for eleito, vai unir o país. “O agradecimento que faço é a todos os brasileiros. Ganhamos em quatro regiões. Perdemos no Nordeste, mas nossa votação no Nordeste foi muito boa, e tenho certeza que Deus ajudará por ocasião do segundo turno”, afirmou Bolsonaro.
“Vamos unir o nosso povo. Unidos seremos uma grande nação. Japão, Coreia do Sul e até mesmo Israel. Vemos o que eles não têm e o que eles são. Vemos o que nós temos e o que não somos. Vamos fazer uma política externa sem o viés ideológico. Vamos jogar pesado na questão da segurança pública, vamos trazer a paz para as mulheres”, prometeu o candidato.
A Justiça Eleitoral reafirmou que o sistema é seguro, sem constatação de qualquer fraude em 22 anos de uso.
O pronunciamento de Bolsonaro durou nove minutos e 13 segundos. Ele reafirmou diversas bandeiras de sua campanha, como a redução de ministérios e de empresas estatais. “Teremos pelo menos 50 estatais a menos, privatizando ou extinguindo”, afirmou.
Candidato tem votação expressiva em Juiz de Fora
Rio de Janeiro. Em Juiz de Fora (MG), onde foi esfaqueado no dia 6 de setembro, o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) somou 129.897 votos, 45,48% do total, e ficou em primeiro lugar na cidade. Fernando Haddad (PT) teve 66.616 votos, 23,32%, e Ciro Gomes (PDT), alcançou 57.575 votos (20.22%).
Durante um ato de campanha, naquele dia, o candidato foi atacado por Adelio Bispo dos Santos, que está preso na penitenciária de segurança máxima em Campo Grande e virou réu por violação à Lei de Segurança Nacional. Bolsonaro foi operado em Juiz de Fora e depois transferido para Hospital Albert Einsten, em São Paulo, onde passou por uma segunda intervenção cirúrgica.
O candidato recebeu alta no último fim de semana e está em recuperação na sua residência, no Rio de Janeiro.
Ex-mulher
Apurados 99,98% dos votos para deputado federal pelo Rio, a ex-mulher de Jair Bolsonaro, a advogada Cristina Bolsonaro (Podemos), somou apenas 4,550 votos (0,06%) e não se elegeu. Cristina protagonizou capítulo tenso da campanha do presidenciável, denunciado por ela pelo suposto sumiço de um cofre com joias quando se separaram.
Cristina foi a única derrotada da “família Bolsonaro” nas urnas. Os filhos dele, Flávio (eleito senador pelo Rio) e Eduardo (deputado federal mais votado da história do país, por São Paulo) chegaram ao Congresso.