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Após criticar prática, Zema imita Pimentel e coloca secretários em estatais
Titular da Educação vai triplicar salário e o de Governo vai dobrar remuneração com participação em conselhos de subsidiárias da Cemig 17/04/2019

 

Romeu Zema
Romeu Zema, governador de Minas Gerais
Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG

A prática de indicar secretários de Estado do governo de Minas Gerais para conselhos de estatais, com o objetivo de turbinar salários, e que foi usada à exaustão pelo governo de Fernando Pimentel (PT) está de volta. O governador Romeu Zema (Novo) indicou a secretária de Educação Júlia Sant'Anna para compor os conselhos fiscais da Taesa e da Light S/A, subsidiárias da Cemig, assim como o secretário de Governo Custódio Mattos, na Light S/A.

Com isso, os vencimentos da secretária de Educação vão triplicar, já que ela somará os cerca de R$ 8.000 líquidos que recebe pelo cargo com mais de R$ 16.000 que receberá pela participação nos conselhos. No caso de Custódio Mattos, a remuneração vai dobrar, passando de cerca de R$ 8.000 para mais de R$ 16 mil. Esses vencimentos dos cargos de secretário, inclusive, não estão sendo devolvidos, conforme garantia Zema durante a campanha, até que os demais servidores estivessem com a situação em dia, o que não ocorre desde 2017, ainda nos tempos de Pimentel.

A reportagem apurou que os outros dez integrantes do primeiro escalão do governo também receberão nomeações semelhantes, aos poucos, uma vez que o salário de secretário é considerado baixo no meio político.

A manobra, que não é novidade no Estado, foi retomada no governo petista, no início de 2018, após a revogação de um decreto estadual que impedia esse tipo de indicação. Ele ia na linha da Lei 13.303, conhecida como Lei das Estatais, sancionada pelo ex-presidente Michel Temer, em junho de 2016, cujo objetivo era justamente moralizar este tipo de prática e impedir indicações políticas com acúmulos salariais para esse tipo de função.

Crítico ferrenho desse subterfúgio antes e após ser eleito governador de Minas, Romeu Zema acabou adotando a prática com pouco mais de 100 dias de governo. A mudança de planos repete o que se deu nos episódios  de nomeações de correligionários derrotados e na composição com partidos como PT e PSDB.

Em entrevista exclusiva a O TEMPO concedida no dia 5 de novembro de 2018, Zema deu a seguinte declaração sobre o tema. “Aqui, o governador ganha R$ 10 mil, secretários ganham R$ 7.000 e ficam fazendo essas jogadas, essa hipocrisia. Isso carece de uma reforma administrativa, até no âmbito nacional, para ficar claro: ministro ganha tanto, presidente ganha tanto. Ficam usando esses puxadinhos e artifícios e, no final das contas, ninguém sabe quanto aquele secretário ganha, não sabe em que conselho está”, afirmou na ocasião (ouça a declaração do governador a partir de 2 minutos e 10 segundos).

 


 

 

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