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Cemig anuncia lucro recorde e data para início da privatização
O presidente da companhia, Cledorvino Belini, diz que governo deve enviar projeto para vender ativos à Assembleia ainda neste mês 17/08/2019

 

Sede da Cemig
Em meio às discussões para privatização, Cemig tem lucro de R$ 2,9 bi no 1º semestre
Foto: Mariela Guimarães - 10.1.2019

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) anunciou ontem que teve lucro líquido de R$ 2,9 bilhões nos primeiros seis meses deste ano, o maior resultado da história da empresa em um semestre. O valor é 541% superior aos R$ 454 milhões registrados no mesmo período do ano passado.

No mesmo dia, o presidente da companhia, Cledorvino Belini, informou que o governo do Estado deve enviar, na próxima semana ou até o final deste mês, um projeto de lei para a privatização de ativos estaduais, inclusive a Cemig, à Assembleia Legislativa. A expectativa do governo é arrecadar cerca de R$ 4 bilhões com a venda de suas ações na empresa energética.

“O governo está trabalhando para apresentar essa alternativa. A privatização da Cemig é uma das condições do Tesouro para liberar os recursos e dar um waiver da dívida (do Estado com a União)”, afirmou Belini. Ele acredita que o projeto deve ser aprovado ainda neste ano.

A privatização da Cemig e de outras estatais, como a Copasa e a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), é uma das exigências do governo federal para a adesão de Minas Gerais ao regime de recuperação fiscal. Se isso ocorrer, o Estado poderá ficar três anos, com possibilidade de prorrogação, sem pagar a dívida com a União.

“Nossa missão é fazer com que a empresa atenda melhor os clientes, criar valor e torná-la mais sustentável. Se o governo e a Assembleia Legislativa, que representam a população, entenderem que ela deve ser vendida, será vendida uma empresa mais eficiente”, pontuou o diretor de finanças e relações com investidores da Cemig, Maurício Fernandes. Segundo ele, a companhia tem valor de mercado em torno de R$ 23 bilhões.

Conforme Fernandes, as medidas de reestruturação adotadas e a revisão do planejamento estratégico, voltado para a geração de resultados e o foco no negócio central da Cemig, contribuíram para o lucro recorde do primeiro semestre. Ele citou, por exemplo, a redução de 25% na quantidade de cargos de superintendentes e gerentes e a renovação de 42% das posições de liderança: “A Cemig está conseguindo fazer mais com menos”.

Para o professor de economia da UFMG, Rafael Ribeiro, o fato de a empresa ter tido bons resultados não impede a privatização, por ela ser uma condicionante à adesão ao regime de recuperação fiscal. Na avaliação de Ribeiro, a venda não resolve o problema fiscal do Estado e é ineficaz no ponto de vista da recuperação das contas.

“Isso vai gerar uma receita adicional no ano (da venda), mas não modifica a trajetória de crescimento dos gastos e de queda das receitas. Mesmo que cubra parte do déficit fiscal, no ano seguinte o problema volta”, pontua.

Segundo ele, a Cemig tem um papel importante na realização de investimentos de infraestrutura no Estado e isso deve ser considerado em um eventual contrato de privatização. “A empresa que comprar vai ter o objetivo de maximizar o lucro, e, se a privatização não for bem desenhada, poderá haver escassez de serviços e de provisão de energia nas regiões mais pobres”, diz.

Reestruturação vai permitir investimento de R$ 1,2 bilhão

A economia prevista com a reestruturação da Cemig vai permitir um investimento adicional de R$ 1,2 bilhão na modernização do sistema elétrico e no aumento da disponibilidade de carga na rede de distribuição de energia, nos próximos quatro anos.

Segundo a empresa, até 2022, R$ 6,2 bilhões devem ser investidos na área de concessão, e outros R$ 1,9 bilhão, na geração e transmissão. No período, 80 subestações, com capacidade para atender 1,5 milhão de novos clientes, serão implantadas.

“A empresa deixou de fazer investimentos nos anos anteriores porque a situação financeira não permitia”, disse o diretor de finanças e relações com investidores Maurício Fernandes.

 


 

 

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