Ex-governador de Minas por dois mandatos (2003-2010), o deputado federal Aécio Neves (PSDB) afirmou, em entrevista exclusiva concedida na tarde desta segunda-feira à Rádio Super 91,7 FM, que pretende voltar para ajudar o Estado a ter mais protagonismo no cenário nacional. O tucano classificou o papel desempenhado por Minas como caudatário e também afirmou que o que se vê hoje são “pessoas menos qualificadas, com uma visão atrasada da política e do Brasil”.
“Vou voltar. Com força e com determinação para recolocar Minas no lugar onde jamais poderia ter saído”, disse Aécio, classificando como “vergonhoso” o papel desempenhado pelo Estado em âmbito nacional. “Para você ter uma ideia, não se tem notícia do posicionamento de Minas. Nós conduzíamos, orientávamos a ação dos governadores do país inteiros. Nós éramos condutores, não caudatários”, disse, comparando a atual gestão ao período em que esteve à frente do Estado.
Investigado em uma série de inquéritos e réu sob a acusação de corrupção passiva e obstrução de justiça, Aécio Neves disse que vai provar que foi “vítima das mais torpes e covardes acusações”. “Temos a responsabilidade e estou determinado a superar essas incompreensões, demonstrar ao Brasil que fui vítima das mais torpes e covardes acusações, e vou voltar com muita força para ajudar Minas a encontrar o destino de muito mais desenvolvimento e protagonismo na política nacional”. Ele também disse ter serenidade e afirmou que “a cada dia que passa, as acusações estão sendo arquivadas, estão caindo na vala eleitoral”.
O parlamentar destacou que, durante toda a sua trajetória, dedicou-se exclusivamente a fazer política. “Pessoas não deixam de ser, do dia para a noite, o que elas foram durante toda uma vida. Me dediquei a procurar o melhor caminho para Minas, a apresentar uma proposta para o Brasil”, disse, referindo-se a 2014, quando concorreu às eleições presidenciais. “Não tenho dúvida de que teríamos feito o maior governo da história desse país, mas eu era o contraponto”.
Para Aécio, seu único crime foi ter disputado o pleito de 2014. “Eu era aquele que teve a coragem de enfrentar aquela estrutura carcomida e corrompida de governo do PT e, hoje, sofro as consequências disso. O meu grande crime foi ter sido candidato à presidência da república e quase ter ganho as eleições contra aquela máquina extremamente poderosa que se colocou contra mim”. Em 2014, o tucano foi derrotado no segundo turno pela então presidente Dilma Rousseff (PT).