Dois macacos foram encontrados mortos em Itabira recentemente. Um dos primatas apresentava indícios de envenenamento e, o outro, de atropelamento. Devido ao surto de febre amarela silvestre no estado, o material biológico desses animais foi enviado a Belo Horizonte, onde passará por exames laboratoriais. A expectativa do município é descartar a relação com a doença, que já matou cerca de 80 pessoas no estado.
A informação foi dada pela secretária de Saúde de Itabira, Rosana Linhares Assis Figueiredo, e pela superintendente de Vigilância em Saúde, Thereza Cristina Oliveira Andrade. As duas foram à Câmara de Vereadores nessa terça-feira, 21 de fevereiro, onde afirmaram que não há motivo para alarde da população.
Uma enfermidade contagiosa em animais é chamada de epizootia – algo equivalente à epidemia em humanos - e, por protocolo, sinaliza a necessidade de vigilância para a febre amarela. Devido aos dois macacos mortos encontrados na cidade, a classificação do município subiu no protocolo da doença para a categoria 2, onde estão municípios com rumores de epizootias em investigação. Em Minas, 66 cidades confirmaram essas epizootias.
Sem notificações
Apesar disso, em Itabira não foi registrada a transmissão da febre amarela, reforça a Secretaria de Saúde.
Thereza Andrade pediu à comunidade para não matar os macacos. Isso porque a doença é transmitida por mosquitos e os primatas não têm condições de infectar. Segundo ela, os bichos são quem sinalizam o alerta para a doença. “Eles são sentinelas”, frisou.
Rosana Linhares, por sua vez, orientou as pessoas que pretendem viajar no período de Carnaval para áreas de risco para a doença a se vacinarem o quanto antes. Até essa terça-feira, os postos de saúde da cidade aplicaram 17.121 doses da vacina contra a febre amarela. O município prevê que irá cobrir totalmente a área rural até esta sexta-feira (24). Para intensificar a vacinação, o estoque de vacinas nos postos foi reabastecido e as unidades operam meia hora além do expediente.
Thereza Andrade e Rosana Linhares. Foto: Wesley Rodrigues/DeFato