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DRAMA MAIS QUE CRUEL: VEJAM A SITUAÇÃO DOS DETENTOS DE ITABIRA E SUAS FAMÍLIAS
29/08/2020

 

 

Desamparados e espalhados por cidades de Minas, eles clamam por ajuda da Vale, Prefeitura, Câmara Municipal e até das entidades
filantrópicas itabiranas


Sofrer, verbo mais que comum nestes tempos de pandemia. Superar, verbo que se refere a quem consegue passar por intempéries na vida, entre elas ser prisioneiro ou parente deles. Agora, pegue você, com calma, os dois verbos, junte-os, adicione a questões inerentes à classe C ou D e faça a sua conclusão e reflexão. São mais de mil mulheres — mães e esposas —, meninos e meninas, nesta situação e, o pior, sem esperança de solução. Dizem-se completamente abandonados.

A pergunta: onde estará ocorrendo essa mixórdia quase impossível de acontecer? A resposta é: Itabira, a que se juntam, agora, outras cidades próximas ou não. Além dos reclamos que aqui são expostos, os familiares desse pessoal que paga penas tem sido, periodicamente, movidos por forças vindas não se sabe de onde, vão para a porta do fórum da cidade e fazem manifestações, empunhando faixas e cartazes,no local onde se diz que vão construir o presidio só existe ate o momento piquetes.

O subtema de hoje é o seguinte: a Justiça determinou, por meio de ação da juíza Cibele Mourão Figueiredo Oliveira, da Segunda Vara Criminal da Comarca de Itabira, que todos os detentos do presídio, em número de 290, fossem removidos, num prazo máximo de 60 dias, para outros presídios, em virtude de ameaça muito séria, não só contra eles, mas milhares de pessoas: o rompimento da Barragem de Itabiruçu. Para começo de conversa, o prazo de transferência concedido pela Justiça venceu em 22 de agosto e 98 detentos ainda se encontram na “casa proibida”.

O tema agora é: familiares dos detentos estão comendo o pão que o diabo amassou. A grande maioria morava em Itabira, para acompanhar de perto o transcurso da pena de cada um. Eles tinham visitas programadas, seja pessoalmente, seja por videochamada, áudio e cartas. Levavam mantimentos suplementares para os parentes presos, enquanto as notícias eram compartilhadas. E hoje? Perdidos totalmente, muitos sem saber sequer onde estão eles, seus entes queridos.

Os transferidos, em número de 192, estão distribuídos nas cadeias de Barão de Cocais, João Monlevade, Nova Era, Ponte Nova e outras cidades não reveladas. Os restantes, que permanecem no presídio do perigo, continuam sob a ameaça da Barragem de Itabiruçu, além de grande parte de  Itabira.

Presídio de Itabira

Palestina, onde será construído o novo presídio de Itabira.

Weverton Julio de Freitas Limões(Nenzinho)

A VOZ DA ASSOCIAÇÃO

A reportagem encontrou com Weverton Julio de Freitas Limões, conhecido como Nenzinho, que se apresentou como representante da Associação das Famílias e Amigos dos Recuperandos do Presídio de Itabira, casado, 34 anos, residente na localidade de Clóvis Alvim. Ele abriu a conversa, afirmando que, hoje, o que há a favor dos presidiários e de suas famílias resume-se nesta entidade. Resumidamente, eis o que Nenzinho disse:

— “Os presos estão sozinhos, não têm a quem recorrer, suas famílias desesperadas, não falam mais com eles, mandam mantimentos complementares, com muita dificuldade, por sedex”.

— “As crianças sentem mais saudade dos pais, não os veem já vamos para dois meses”.

— “Sobre o novo presídio que a Vale teria prometido construir, de nada sabemos, não existe posicionamento nem da empresa, nem do prefeito, nem dos vereadores”.

— “A Barragem de Itabiruçu está no Nível 1 de perigo, continua recebendo carga que vai elevar de 130 milhões de metros cúbicos de refeito de minério de ferro para 200 milhões. Concordo que os presos não podem correr risco de serem atingidos, mas eu pergunto: e grande parte da cidade de Itabira?”

— “Há algo sério ocorrendo e ninguém quer saber, assunto que não interessa nem ao prefeito, nem aos vereadores, nem à Vale. Estão os presos desprotegidos e muitos familiares nem sabem onde se encontram seus parentes. O pior é que não há mais esperança, já que as autoridades e quem é responsável  maior, a Vale, nada nos esclarece.”

— “Quero fazer um apelo a todos: ao prefeito de Itabira, aos vereadores, à Vale, para que socorram esse pessoal que sofre muito e  sofre sem esperança”

FAMÍLIAS DESASSISTIDAS

V.P.S, 33 anos,  casada, 5 filhos, diz: “Estamos abandonados, passando dificuldades, soma-se a isso a pandemia, não temos recursos financeiros para continuar a vida. Gente, pelo amor de Deus, nos ajude! Nem notícias mais tenho de meu marido, não sei nem o que dizer aos filhos”

TKF, 23 anos, 2 filhos: “Estamos passando dificuldades as mais variadas, as mais cruéis, o que já era complicado, ver o marido preso, pagando pena, a situação ficou ainda mais triste.”

M.C.L.S, 25 anos, 3 filhos: “Não sei o que dizer. Só me resta chorar!


CONCLUSÃO

Nada mais a dizer. Só uma pergunta: Itabira tem prefeito? Itabira tem vereadores? E as entidades itabiranas que ajudam o pobre, o necessitado, o doente, não podem ajudar também as famílias dos recuperandos?

 

 


 

 

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