O promotor André Luis Garcia de Pinho alegou que a esposa de 41 anos engasgou e faleceu, mas parentes acreditam em crime; ele teve prisão temporária decretada
André Luis Garcia de Pinho em imagem de 2014
O promotor André Luis Garcia de Pinho, 51, apontado como suspeito de ter matado a mulher dele, Lorenza Maria Silva Pinho, 41, na madrugada da última sexta-feira, foi preso neste domingo (4) no apartamento da família, no bairro Buritis, região Oeste de Belo Horizonte. Os cinco filhos do casal, todos menores de idade, também estavam na residência quando os policiais chegaram ao endereço acompanhados por dez atiradores de elite da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
Por volta das 9h20, dez viaturas da Polícia Civil chegaram à rua Engenheiro Alberto Pontes, onde vive o promotor. O quarteirão foi bloqueado pelos policiais, com um carro em cada extremo da rua. Apesar de o promotor André Luis Garcia de Pinho afirmar que a mulher dele, Lorenza Maria Silva Pinho, tenha morrido após um engasgo, exames realizados pelo Instituto Médico Legal (IML) apontaram indícios de violência física, como contusão na cabeça e machucados por várias partes do corpo, segundo fontes ouvidas sob promessa de sigilo pela reportagem de O TEMPO.
Os cinco filhos do casal, de 2, 7, 10, 15 e 17 anos estavam na casa quando a Polícia Civil prendeu o pai deles. Eles estavam tranquilos durante a perícia policial e André não chegou a ser algemado. A Polícia Civil não informou quais procedimentos realizou na residência. Os policiais passaram pelo menos quatro horas no apartamento e levaram um computador e diversos papéis. Da janela de um prédio em frente, uma vizinha registrou a movimentação em que a polícia parecia revirar até colchões.
Pai de Lorenza desconfia
Após a prisão do promotor, o pai de Lorenza, Marco Aurélio Silva, 72, foi chamado para ficar com os netos. Muito abalado, ele contou como recebeu a notícia da morte da filha, na madrugada de sexta-feira, por meio do WhatsApp da neta, de 15 anos.
“Ela me mandou mensagem por volta das 9h, avisando que a mãe falecera. Mas eu achei estranho, não parecia ter sido escrito por uma adolescente que acabara de perder a mãe. Penso que o pai dela pode ter pegado o celular e mandado”, relatou. Só por volta das 11h30, o promotor teria entrado em contato com a família.
Quando foi avisado sobre o falecimento da filha, Silva estava em Uberaba, no Triângulo Mineiro, onde mora. “Por várias vezes, eu recebi mensagens falando que ela estava internada, morta. Uma vez, mandaram até informações do funeral, depois falaram que o celular dela teria sido clonado. Mas quem clona celular, normalmente pede dinheiro. Por essas coisas, eu nem consegui acreditar assim que recebi a notícia”, relatou. Uma amiga contou que também recebeu essa mensagem, em janeiro.
“Quando eu falei com o André, perguntei se ia fazer autópsia, mas ele disse que não tinha necessidade, pois já estava com o atestado de óbito em mãos, preparando a cremação que, segundo ele, seria um desejo dela. Muito estranho. A minha mulher, que tinha falado com ele, o achou tranquilo demais para quem perdeu a esposa. O André sempre fez de tudo para manter a Lorenza isolada da família toda. Ele também fazia de tudo para evitar que eu tivesse proximidade com meus netos”, contou Silva.
Promotor não foi algemado pela polícia ao ser preso
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