Corpo do ex-braço direito de Fernandinho Beira-Mar vai ser sepultado nesta terça, em BH
“Em Minas Gerais, existe o tráfico de drogas antes de Roni Peixoto e o tráfico de drogas depois dele”. A afirmação é do delegado Windsor Mattos Pereira, em referência ao homem que foi morto a tiros nesta segunda-feira (11), aos 51 anos, na porta de casa, em Santa Luzia, na região metropolitana.
“O Roni deu um viés profissional ao tráfico que até então não existia em Minas, como nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Ele profissionalizou as bocas de fumo institucionalizando os plantões, dando organograma à sua quadrilha”, afirmou a O TEMPO o policial, que acompanhou alguns momentos da vida criminal de Roni Peixoto, apontado pela polícia como ex-braço direito no Estado de Fernandinho Beira-Mar.
A forma de agir de Peixoto é um dos pontos mais destacados pelo policial. Segundo ele, o traficante usava ostensivamente armas de fogo para amedrontar as pessoas e evitar que informações sobre ele fossem passadas às autoridades. “A polícia tinha poucas informações que levassem à prisão dele. Era alguém difícil de se prender. Estava um pouco à frente do seu tempo. Ele era muito temido, tinha muito dinheiro e era muito prepotente. O tráfico dele provocou muito terror, expulsou muitas famílias. Ele promoveu o pânico”, pontua.
O homicídio
Roni Peixoto chegava em casa quando foi executado por dois homens encapuzados, que fugiram após o crime e, na sequência, abandonaram o veículo utilizado no crime.
Segundo o sargento Anderson Romualdo, do 35° Batalhão de Polícia Militar, o traficante estava abrindo o portão de casa quando foi abordado. Ele abriu parte do vidro do carro para falar com os suspeitos e acabou baleado na cabeça e no peito. O veículo dele desceu e bateu em outro, que estava estacionado na rua. Duas pessoas que estavam no carro não se feriram.
“Estou me sentindo aliviado, porque o tiro acertou o para-brisa e poderia ter nos acertado. Foi um livramento. Devem ter sido uns 20, 25 tiros”, descreve o pedreiro Anatanael de Almeida, que mora no mesmo lote que Roni Peixoto e saía para trabalhar na hora do crime.
O velório será no Bosque da Esperança, em BH, às 15h desta terça-feira. O enterro será às 17h.
Investigação
A Polícia Civil investiga que trabalho Roni Peixoto fazia. Alguns vizinhos disseram que ele era motorista de aplicativo, mas outros contaram que ele exercia funções no cemitério da cidade.
As duas maiores empresas de app em Minas foram procuradas e não tinham respondido até a noite de ontem.
Procurados
Autoria e motivação do assassinato eram mistério até o fechamento desta edição, assim como os nomes dos suspeitos, que não tinham sido presos.
(Com Lucas Henrique Gomes, Malú Damázio e Manuel Marçal)