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Dona de agência de viagens desaparece com dinheiro de clientes de Itabira e outras cidades
Empresária também teria feito empréstimos financeiros se aproveitando de dados fornecidos por compradores de pacotes de turismo 30/05/2017

             

                      FS Viagens e Turismo fica instalada no bairro Penha, em Itabira

O sonho de conhecer destinos badalados no Brasil e no exterior se transformou em pesadelo para dezenas de clientes da agência de viagens FS Viagens e Turismo, em Itabira. Desde essa segunda-feira, 29 de maio, itabiranos e pessoas de outras cidades manifestam nas redes sociais que a empresária Lilian Linhares Ribeiro desapareceu e não atende mais qualquer ligação. Os relatos são de pacotes turísticos não executados e até da utilização de dados pessoais dos clientes para contratação de empréstimos em favor da proprietária da agência.

Na manhã desta terça-feira, 30 de maio, a redação de DeFato Online recebeu diversos contatos a respeito da situação da FS Viagens. Uma mulher, de Belo Horizonte, que preferiu não se identificar, contou que adquiriu um pacote de R$ 1,4 mil e que viajaria daqui a 20 dias. A viagem não foi marcada e ela não consegue mais contato com a empresária. “É uma covardia. Tem muita gente nessa situação. Um monte de gente que se sacrificou para bancar uma viagem e que agora se depara com essa situação”, comentou.

A FS Viagens e Turismo fica instalada no bairro Penha, em Itabira. Ao lado, a empresária mantinha também a FS Aromas e Vinhos, loja especializada em comércio de bebidas e gastronomia. Na porta da agência, um comunicado foi afixado. O bilhete diz que as atividades foram encerradas devido à atual situação econômica nacional e que as medidas legais estão sendo tomadas pelo corpo jurídico da empresa. O papel ainda informa os contatos de dois advogados.

Situação semelhante à da cliente de Belo Horizonte vive a empresária itabirana Luíza Guerra Mendes Camilo. Ela adquiriu um pacote de R$ 1,9 mil para Gramado e faltava quitar apenas três parcelas no cartão de crédito. A viagem seria no dia 25 de junho, mas não vai mais acontecer. Luíza fará um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil e tentará o estorno do valor investido junto à operadora do cartão de crédito. Questionada se entrou em contato com um advogado de Lilian, a empresária afirmou que não há eficiência nisso. “Para quê? Para que ele me diga que não há nada a ser feito? Vou procurar meus direitos para que essa situação se resolva”, disse.

Outras pessoas que conversaram com a reportagem e preferiram sigilo relataram a compra de pacotes ainda mais robustos, superiores a R$ 4 mil, com destino à Disney, nos Estados Unidos.


Comunicado deixado pela empresária na agência em Itabira

Empréstimos

Outros clientes ouvidos por DeFato Online afirmaram que o desaparecimento da empresária também está ligado a uma série de empréstimos que foram feitos em nomes de clientes. Segundo relatos, a dona da agência se aproveitou dos dados pessoais informados no momento da compra dos pacotes de viagens para contrair os financiamentos. Esse procedimento seria feito em nome de outra empresa, conforme mencionaram vítimas à reportagem.

Uma dessas vítimas é a médica Mariana de Assis Lage, que estava na Delegacia de Polícia Civil quando atendeu o repórter por telefone. Ela comprou um pacote para Itacaré, na Bahia, por R$ 1.034,00 e já organizava os últimos detalhes para embarcar no dia 17 de junho. O pagamento foi à vista e o cheque foi descontado no dia 7 de maio. Com a notícia do desaparecimento da empresária, Mariana soube que além de não ter qualquer viagem marcada, Lilian ainda contraiu R$ 20 mil de empréstimos em seu nome.

Segundo Mariana, dois empréstimos foram feitos por meio do banco Santander, um de R$ 17 mil e outro de R$ 3 mil. Os dois foram divididos em nove parcelas. No primeiro, foram pagos quatro meses e no segundo apenas um. A médica usará o boletim de ocorrências para formular uma carta de compensação e tentar suspender os financiamentos. “Infelizmente caí em um golpe. Esses financiamentos foram feitos em nome de outra empresa. Não sei como ela conseguiu fazer a aquisição desses empréstimos, se tem alguém ajudando nisso. O fato é que estou com esse problema para resolver”, lamentou.

Delegacia

DeFato Online entrou em contato com o delegado Paulo Henrique Moreira Campos na manhã desta terça-feira e foi informado de que a Polícia Civil já estava ciente do caso envolvendo a empresária Lilian Linhares Ribeiro. A PC reunirá o material apresentado pelas vítimas e as denúncias para definir pela abertura de um inquérito policial.

“Acho até que eles terão que fazer um plantão especial para receber as vítimas desse caso. Pelo que estou sabendo e pelas informações que chegam, é muita gente lesada”, comentou a empresária Luíza Guerra.

Advogados

O papel afixado na porta da FS Viagens e Turismo informa os telefones de dois advogados, um em Itabira e outro na cidade de Pirapora, no Norte de Minas Gerais. DeFato Online tentou contato nos dois números. Em Itabira, o telefone tocou até cair a ligação. Em Pirapora, a reportagem foi informada de que o advogado responsável estaria em audiência e que retornaria posteriormente.

Segundo manifestação de clientes à reportagem e também via redes sociais, a orientação dos advogados é de que as pessoas lesadas sustem os cheques que ainda não foram debitados pela empresária. No papel que deixou na agência, Lilian afirma que “aos clientes não haverá nenhum prejuízo”.

Também foi tentado contato com o telefone informado pela empresária na página da agência de viagem, mas a mensagem é de que o número está fora de área ou desligado. 


 

 

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