O bloco de apoio ao prefeito Ronaldo Magalhães (PTB) mostrou força na Câmara de Itabira durante reunião desta terça-feira, 27 de junho, e impediu a convocação do diretor-presidente do Saae, Leonardo Lopes, pelo oposicionista Reginaldo Santos (PTB). O vereador reclama de problemas na Estação de Tratamento de Água (ETA) do distrito de Nossa Senhora do Carmo, o que, segundo ele, faz com que o líquido chegue barrento às torneiras dos moradores.

A convocação é um ato de atendimento obrigatório. O ente público que não atende ao chamado do Legislativo está sujeito a uma série de sanções, que podem culminar até em uma ação por improbidade administrativa. Por isso mesmo, há um consenso na Câmara de Itabira em se optar pelo convite, visto como mais cordial e que não imputa em punições em caso de não atendimento.

Reginaldo disse que já fez convites ao diretor do Saee e que, mesmo Leonardo Lopes tendo ido à Câmara por duas oportunidades, em reuniões de comissões, não respondeu a questionamentos sobre a ETA. “O sistema de tratamento da água não está sendo feito e a população está tomando água com barro. É preciso que ele fale sobre isso e o momento mais oportuno é aqui, na reunião da Câmara, que é transmitida pelas rádios e chega às comunidades”, afirmou o vereador.

O líder do governo na Câmara, Allaim Gomes (PDT), foi o primeiro a reagir. Ele lembrou que o diretor do Saae já foi ao Legislativo duas vezes e afirmou que qualquer vereador tem acesso aos secretários municipais, não sendo necessária uma convocação. Em entrevista à imprensa, o pedetista pediu melhor avaliação nos convites aos membros do primeiro escalão. “Todo dia ficar trazendo um, dois secretários aqui? Não tem essa necessidade. Procure o secretário, encaminhe um ofício. Se não conseguir as informações, a gente aceita a convocação. Mas todos os secretários estão disponíveis para explicar as dúvidas dos vereadores”, defendeu.

O presidente da Câmara, Neidson Freitas (PP), e o vice, André Viana (PTN), também falaram contra a convocação e foram na linha de que Reginaldo, com o pedido, deseja mais política e menos resolutividade. “Não dá para fazer da Câmara uma chicana política”, criticou André. “Não se pode trazer secretários à Câmara a bel prazer. Daqui a pouco vai criar até uma ingerência no governo. Tem que haver critério”, completou Neidson.

Rodrigo Diguerê (PV) e Solimar Silva (SD) também discursaram contra o requerimento de Reginaldo. Somente Weverton Vetão (PSB), da oposição, foi favorável à convocação, dizendo que a ação não é constrangedora ao governo se não há nada a ser escondido.

A votação terminou em 13 votos contrários e dois favoráveis. O presidente Neidson Freitas só vota em caso de empate e Agnaldo Enfermeiro (PRTB) não estava no plenário na hora de assinalar o voto.