AS Notícias Online
HOME POLÍCIA POLÍTICA ESPORTE GERAL EVENTOS EMPREGOS AGENDA VÍDEOS CONTATO

GERAL
Pesquisa aponta que mais da metade das alunas da Unifei Itabira já foram vítimas de assédio sexual
28/08/2017

 
Levantamento realizado pela instituição revela números da cultura do machismo na comunidade estudantil; quase na totalidade dos casos não há denúncias das agressões

A Universidade Federal de Itajubá (Unifei) realizou uma pesquisa no campus de Itabira sobre casos de assédio e violência envolvendo estudantes e os dados são assustadores: mais da metade das mulheres entrevistadas (58,6%) disseram ter sofrido situações de assédio sexual no âmbito da instituição ou em festas estudantis organizadas por alunos do campus. A pesquisa, assinada pelo setor de assistência social da Unifei, é parte de uma campanha de incentivo às denúncias e responsabilização do agressor.

No caso de assédio, a pesquisa considerou comentários com apelos sexuais, cantadas ou abordagens constrangedoras e ofensivas. Mulheres responderam também terem sofrido piadas ofensivas (62,1%), agressão moral e psicológica em função do gênero (35%), além de agressão física (9,3%).

As entrevistadas também revelaram casos de coerção (16,4%), onde foram forçadas ao que não queriam fazer, como ingerir bebidas ou drogas em festas e participarem de atividades degradantes.

Outro dado alarmante está no percentual de estudantes que já sofreram violência sexual: 33,6% contaram tentativa de abuso sob efeito de álcool, ser tocada sem consentimento, ser forçada a beijar alguém ou estupro.

Quando perguntadas se já foram xingadas por rejeitarem investidas ou tiveram imagens repassadas sem autorização, mais da metade (65%) disseram “sim”.

Não denunciam

Apesar do índice elevado de casos de assédio e violência, 99,1% das entrevistadas contaram que não formalizaram uma denúncia. Entre as principais justificativas estiveram: medo, vergonha, falta de informação ou por ser considerado “normal”. Entre os relatos, alunas disseram existir um descrédito dos casos. “Tentei denunciar ao CA (centro ou diretório acadêmico) na mesma época, porém, extremamente machista, não fez nada; além de falar que ele devia ter feito sem querer e eu me confundido”, cita um dos relatos.

Participação pequena dos homens

A participação dos homens na pesquisa foi baixa (36,7% responderam os questionamentos) e revela outro ponto preocupante: esse público não reconhece a prática do assédio. Só 9,9% reconheceram ter assediado uma mulher em um momento ou outro. Quanto às piadas ofensivas, 30,9% reconheceram situações, além de agressão moral (8,6%), agressão física (menos de 1%) e coerção (menos de 1%). Nenhum dos homens concordou ter cometido violência sexual na universidade ou nas festas de repúblicas.

A pesquisa teve 221 respostas na comunidade acadêmica. O material sugere ações pontuais no combate aos casos como enquete, roda de conversa, intervenções com depoimentos reais, postagens do conceito de assédio moral e sexual e a criação de um espaço livre para discussão.

A universidade tem serviço de apoio às vítimas nos setores de Serviço Social e Psicologia.

Assédio sexual, violação sexual ou estupro são crimes previstos no Código Penal brasileiro. 

 


 

 

E-mail: contato@regionaldigital.com.br

REGIONAL DIGITAL 2025. Todos os Direitos Reservados.
REGIONAL DIGITAL
INFORMAÇÃO DE QUALIDADE!
Desenvolvedor: SITE OURO