A Polícia Civil de Itabira prossegue com as investigações que apuram o abandono de seis corpos no prédio onde funcionaram duas faculdades, na região do Alto dos Pinheiros, no bairro Campestre. Os agentes aguardam respostas de ofícios enviados a instituições no Rio de Janeiro, de onde teriam saído alguns dos cadáveres encontrados em meados de agosto no imóvel que abrigou o Centro Centro de Ensino Superior de Itabira (Censi) e a Universidade Presidente Antônio Carlos (Unipac).
As investigações estão a cargo do delegado regional Paulo Tavares. Segundo a Polícia Civil, foram oficiados todos os cartórios de registros civis de pessoas naturais do Rio de Janeiro. Isso porque, de acordo com o delegado Diogo Luna Moureira, responsável pelo plantão no dia em que os corpos foram encontrados, atestados de óbito apontam que alguns dos cadáveres haviam sido enterrados. A intenção da PC é diluir essa dúvida ou apontar para nova linha de investigação, caso isso se confirme.
Também foi oficiado na capital fluminense o Hospital Souza Aguiar, pois outros atestados apontaram origem dos corpos dessa unidade de saúde. Os investigadores de Itabira ainda aguardam as respostas dos documentos.
Uma resposta que a PC já teve foi acerca dos exames realizados no Necrotério de Itabira logo depois que os cadáveres foram encontrados. Os laudos não apontaram sinais de violência nos corpos. No entanto, de acordo com Diogo Luna, os atestados indicam que as mortes aconteceram em 2005. Mesmo com os corpos conservados em formol, algumas visibilidades materiais poderiam ter se perdido. “Mas, pelo registro, não há violência”, enfatizou o delegado.

Além dos corpos, outros materiais genéticos foram encontrados no prédio desativado
O caso
Os seis corpos foram encontrados pela Polícia Militar no prédio do Alto dos Pinheiros na noite de 18 de agosto. Os cadáveres estavam imersos em uma grande quantidade de formol. Também foram encontrados no local órgãos em diversas vasilhas plásticas. Os militares ainda apreenderam várias caixas com formol e medicamentos que são de vendas restritas.
No prédio, o único curso na área da saúde, que demandaria a utilização dos corpos, foi o de Enfermagem, oferecido pela Unipac. O prédio abrigou a instituição até meados de 2012. Depois, segundo o que informou a universidade , as instalações e todos os materiais foram devolvidos ao Censi, que já não existe mais.
“Diante do exposto, a Fundação Presidente Antônio Carlos reafirma que desde a data supra (agosto de 2012), não tem qualquer responsabilidade sobre o prédio e toda infraestrutura, materiais e equipamentos existentes no local”, afirma a instituição.
Os corpos encontrados no prédio do Alto dos Pinheiros, depois de terem sido examinados pelos médicos e peritos, foram transferidos para os laboratórios da Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira (Funcesi), com autorização da Polícia Civil.