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Secretário de Educação esclarece fechamento de duas escolas rurais em Itabira
Comunidade do Candidópolis faz apelo pela permanência da instituição; governo detalha o porquê da medida 28/09/2017

Secretaria de Educação detalha a queda no número de alunos nas instituições rurais e o gasto elevado com o quadro de funcionários

Um abaixo-assinado contendo assinaturas de moradores da zona rural de Itabira pede que a Secretaria Municipal de Educação mantenha o funcionamento da escola pública do Candidópolis. A escola centenária será fechada no ano que vem pelo governo local, que argumenta baixo número de alunos. Moradores pedem que o tema seja levado antes à audiência pública.

Um grupo de pessoas foi à Câmara de Vereadores de Itabira na terça-feira, 26 de setembro, reivindicar aos legisladores que intervenham no caso. Os documentos foram entregues à Casa.

Ocorre que a Secretaria de Educação comunicou neste mês que tanto a Escola Municipal de Candidópolis, quanto a Escola Municipal José Custódio Costa, no povoado do Turvo, serão fechadas em 2018. As duas unidades atuam somente com educação infantil. As crianças do Candidópolis serão remanejadas para a escola Antônio Camilo Alvim, no bairro Barreiro, e as do Turvo irão para a escola Manoel Tomás, na comunidade rural de Duas Pontes. Haverá transporte gratuito para os alunos.

Edna Martins, que participa da associação de pais, cita que o fechamento da instituição no Candidópolis deixou a comunidade aflita. “É uma instituição de 105 anos, que está no seio da história daquela comunidade”, diz.

Segundo Edna, os pais estão preocupados com a hora em que as crianças chegarão em casa e com a segurança delas. “No Barreiro, terão de estudar à tarde. E aí vem uma complicação: só retornarão para casa à noite. Há alunos que ao descerem no ponto de ônibus ainda precisam andar um longo percurso até a casa. Que horas nossos meninos chegarão?”, indaga.

Águida Aparecida, presidente da associação de moradores do Posto Agropecuário, Capão de Cima, Córrego do Meio e Baixada Grande sugere que a Secretaria de Educação faça um novo zoneamento da região rural com o objetivo de aumentar o número de matrículas na escola do Candidópolis. “Vai além da educação. É um patrimônio histórico e cultural e que representa a interatividade das pessoas que moram ali”.

A professora de educação básica Maria Lúcia trabalha na escola que será fechada e diz que há um receio dos educadores sobre onde irão trabalhar no ano que vem. “Somos 12 efetivos. Não conversaram conosco sobre o fechamento”.

Populares foram à Câmara na última terça-feira.
 

Queda vertiginosa

O secretário de Educação de Itabira, José Gonçalves, explica que a decisão do fechamento foi tomada após um estudo detalhado. Ele cita que em toda a zona rural de Itabira têm havido uma baixa no número de alunos, que recorrem à zona urbana.

A redução de matriculados nas escolas rurais é vertiginosa, segundo demonstra o secretário. Só no Candidópolis, eram 98 anos alunos em 2010, 92 em 2011, 78 em 2012, até chegar a 43 em 2017. A previsão para o ano que vem é de 35 crianças. Em oito anos, cita, ocorreu uma redução de matrículas em 64%.

Ao todo, há 15 funcionários no Candidópolis, conforme o secretário. Esses trabalhadores, que moram na área urbana de Itabira, serão realocados para instituições na sede do município. “Não podemos pagar um professor para dar aula para três alunos”.

Sobre um novo zoneamento escolar na zona rural, Gonçalves cita que pais são indicados a matricular os filhos na escola da região onde moram, porém a escolha da instituição é livre. “Não podemos obriga-los”, diz.  

José Gonçalves falou ainda que o transporte dos alunos não será um obstáculo, haja vista que a maioria dos alunos do Candidópolis e do Barreiro são de outras comunidades como Capão de Cima, Baixada Grande, Posto Agropecuário e Córrego do Meio. Dessa forma, já há um transporte regular até o Barreiro, “gerando, inclusive, economia”. Do Candidópolis ao Barreiro, com distância de pelo menos três quilômetros, a maior parte da pista é asfaltada.

Transporte escolar será oferecido à todas as crianças remanejadas. 

A Secretaria de Educação recebeu propostas de classes multisseriadas para manter as duas escolas, o que foi descartado. Nessa modalidade, o professor trabalha, na mesma sala de aula, com várias séries do Ensino Fundamental simultaneamente, o que na opinião do secretário, prejudica o aprendizado. “Classe multisseriada é um retrocesso. Eu estou preocupado é com a qualidade do ensino dessas crianças e, além disso, que não falte escola para elas”.

José Gonçalves disse que tão somente as duas escolas serão fechadas em 2018. No entanto, ele reconheceu que outras instituições sofrem do mesmo problema: o sumiço dos alunos.

 


 

 

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