Com comércios e trânsito intenso, a rua João Camilo de Oliveira Torres é o principal corredor entre os bairros Praia e Juca Rosa, em Itabira. Pelo menos nas últimas duas semanas, a rotina da rua foi alterada por causa das obras do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). Ocorre que o projeto de uma melhoria à população se tornou, por enquanto, dor de cabeça para quem mora ou trabalha perto: a obra de troca da rede subadutora é executada a passos lentos e, com o tempo chuvoso, está suspensa.
O aborrecimento é maior no trecho entre as ruas Maricas Magalhães e Camélia, que teve o trânsito interrompido em 25 de setembro. Foram abertos buracos e valetas que geraram muita poeira e barro onde há poças d’água. Embora a circulação de veículos tenha sido desviada para a avenida Cristina Gazire, há trânsito local e motoristas se superam para manobrar os carros em meio aos buracos.
O aposentado João Lage tentou ser paciente com a cratera aberta em frente à garagem dele no número 189. Sem obras nesta semana, ele providenciou cascalhos e uma enxada e tratou de tapar o buraco. “Eu estou acertando esse buraco porque não dá para sair ou entrar na garagem”, contou, irritado.

João Lage tenta tapar o buraco deixado em frente a sua casa.
Maria das Graças, Geci Pacheco e outras donas de casa mostram a poeira sobre os móveis delas. “A obra se tornou um desrespeito aos moradores. Já tem pelo menos 60 dias que começou em toda essa região”. Com buracos e canos expostos e sem sinalização, a casa de uma delas foi inundada por um vazamento de água no fim de semana.
Comerciantes também afirmam prejuízos. “Não tenho clientes desde a interrupção do trânsito na rua. O problema não é a obra, mas começa-la e não ter agilidade ou dar sequência”, diz Jardel Alves, que tem uma loja de motocicletas na rua João Camilo.

Motorista tenta manobrar o carro pelos buracos abertos na via.
Câmara
O aborrecimento de moradores da rua João Camilo esteve entre as principais discussões da Câmara de Vereadores nesta terça-feira, 3 de outubro. Weverton Vetão (PSB) deu início ao debate e criticou a demora do Saae em tocar a obra, parada esta semana. Rodrigo Diguerê, do PV, pediu uma força-tarefa da Prefeitura de Itabira para solucionar o problema da via. O ex-presidente da Câmara lembrou a importância da rua para os bairros adjacentes e os comércios instalados. André Viana (Podemos) lamentou um quadro reduzido de trabalhadores no Saae e fez um apelo por concurso público para a autarquia.
O líder do governo, Allaim Gomes (PDT), disse que levará as reinvindicações à equipe do prefeito Ronaldo Magalhães (PTB).

Situação da rua foi discutida durante a reunião ordinária desta terça-feira.
Saae
Por telefone, o diretor-presidente do Saae, Leonardo Lopes, explicou que a obra na João Camilo é parte de um projeto maior que contempla 2,4 quilômetros de rede subadutora. Compreende o trajeto entre as ruas Armindo Costa Lage, Sebastião Calixto da Mata e o encontro com a rua João Camilo de Oliveira Torres.
Trata-se de uma substituição de tubos de PVC por tubos de ferro fundido para garantir a redução de vazamentos, esclareceu. A rede é antiga e data de mais de 30 anos.
Dos mais de dois quilômetros de substituição, faltam 500 metros. Leonardo disse que as obras foram interrompidas na semana passada em função da chuva, que comprometeria o trabalho. O retorno das obras deverá ser breve, mas dependerá das condições climáticas.