RODRIGO ANDRADE/DEFATO
Geraldo Torrinha e a vereadora Marcela Cristina, da Comissão de Saúde, querem que o Ministério Público intervenha em processo seletivo do HCC
O processo seletivo para a contratação de 274 pessoas para o Hospital Carlos Chagas (HCC), em Itabira, continua sendo alvo de polêmicas e reclamações na Câmara de Vereadores. Durante reunião nessa segunda-feira, 25 de abril, a Comissão de Saúde da Casa voltou a debater sobre o tema. Dessa vez, a queixa é com relação aos critérios de seleção adotados pela Fundação São Francisco Xavier (FSFX), que passa a administrar a unidade de saúde, agora 100% destinada ao SUS. O vereador Geraldo Torrinha (PHS), presidente da comissão, quer que o Ministério Público intervenha no processo de contratação.
Na reunião dessa segunda-feira, os vereadores receberam a visita da técnica em raio-X Luciene Gabriela do Carmo. Ela trabalha no Hospital Carlos Chagas, mas terá que deixar o emprego nesta semana, quando ocorrerá a transição e a chegada das pessoas que foram selecionadas pela FSFX. Luciene participou do processo, obteve os 75% de aproveitamento na prova e foi chamada para a fase de entrevistas, quando foi eliminada. A reclamação dela é que muita gente que não teve aproveitamento nem perto do dela foi classificada.
A queixa de Luciene está sendo recorrente, segundo Geraldo Torrinha. Ele e outros vereadores comentaram que foram procurados por outras pessoas eliminadas da mesma forma. Em nota enviada à imprensa, a Fundação São Francisco Xavier argumentou que foi obrigada a reduzir para 50% a nota de corte nas vagas de auxiliar de higienização, cozinheiro, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, instrumentação cirúrgica, nutricionista clínica, operador de raio-X, técnico de enfermagem e técnico de enfermagem do trabalho porque o número de candidatos com nota maior que 75% foi menor que o número de vagas disponíveis.
A entidade também afirma que essa prerrogativa estava prevista no item 7.3 do edital de convocação do processo seletivo e foi adotada para não atrapalhar o prazo de contratação do novo pessoal. Para a candidata Luciene, a medida fará com que pessoas com baixa capacidade técnica sejam contratadas para o Hospital Carlos Chagas, enquanto os que demonstraram bom desempenho foram preteridos. “Eu tirei mais de 75% e ficarei de fora para concorrentes que tiverem bem menos que isso. Não concordo”, reclamou a técnica em raio-X.
