Bernardo Miranda
08/08/18 - 03h00
O ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) definiu nesta terça-feira (7) que quem vai coordenar sua campanha será o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Adalclever Lopes (MDB). Ele também ocupa o posto de vice na chapa do socialista e, agora, será responsável pela articulação e estratégia política durante às eleições.
A escolha por Adalclever se deu devido a sua capacidade de negociação e bom trânsito entre todos os sete partidos que fazem parte da coligação. Ele foi escolhido após reunião nesta terça-feira pela manhã e será o único coordenador da campanha. Isso porque não haverá coordenadores regionais na estrutura montada de suporte à candidatura de Lacerda. Essa decisão foi tomada em virtude da chapa que formada, que permite ao socialista ter o maior número de prefeitos envolvidos em sua campanha. A estratégia é contar com essa capilaridade, com esses agentes políticos trabalhando como cabos eleitorais em suas regiões, o que permitirá ter uma estrutura de campanha mais enxuta.
Marcio Lacerda comentou nesta terça-feira pela primeira vez sobre a manutenção de sete partidos em torno da aliança que dá suporte à sua candidatura ao Palácio da Liberdade. “Apesar da violência da qual foi vítima, com representantes da velha política tentando inviabilizar a minha candidatura no tapetão, conseguimos reunir um conjunto de forças que tem em comum a vontade e a firme disposição de enfrentar a maior crise vivida na história de Minas Gerais”, disse o ex-prefeito.
Ele ainda ressaltou mais uma vez sua posição de ser a terceira via nessa eleição, quebrando a polarização entre petistas e tucanos. “Temos convergências para oferecer ao povo mineiro um caminho alternativo a essa polarização que vem prevalecendo e infelicitando Minas Gerais nos últimos 20 anos”, finalizou.
Judicialização. Apoiadores de Marcio Lacerda ainda acreditam que pode haver um acordo com a Executiva Nacional do PSB para evitar a judicialização da candidatura do ex-prefeito. A avaliação é que tanto PSB quanto PT já foram contemplados no acordo nacional firmado. Os socialistas conseguiram a retirada da candidatura da vereadora recifense Marília Arraes ao governo de Pernambuco. Já os petistas teriam alcançado o que mais queriam, que era a neutralidade do PSB na disputa presidencial, isolando a candidatura de Ciro Gomes (PDT). “Esse era o ponto principal para o PT. A retirada da candidatura de Lacerda não era algo imprescindível para os petistas”, analisou um interlocutor.
Porém, o deputado federal Júlio Delgado e o novo presidente PSB de Minas Renê Vilela refutaram essa alternativa. “Não há nenhuma possibilidade de reviravolta. O acordo que há é Márcio Lacerda respeitar as deliberações do Congresso Nacional tomadas inclusive com o voto dele”, disse Vilela.