O MDB será o partido que mais perderá cadeiras no Senado Federal na eleição, segundo levantamento da reportagem de O TEMPO com base nas pesquisas Ibope de agosto em todo Brasil.
De 18 senadores eleitos em 2014, o partido do presidente Michel Temer deve passar para 14 representantes no Legislativo. O PT deve ganhar uma cadeira e passar para 10 senadores, mesmo número do PSDB, que pode perder duas cadeiras.
A região que o MDB se sai melhor – até o momento – é o Nordeste. Caso não haja reviravoltas, o MDB vai eleger cinco senadores nordestinos, que se juntam a outros três políticos da sigla que chegam em 2019 na metade dos mandatos.
Na sequência, três candidatos do MDB na região Norte saíram na frente nas pesquisas Ibope. No Sul, o MDB está nas primeiras posições em dois Estados (Rio Grande do Sul e Paraná).
A maior queda da legenda está na região Sudeste. Atualmente, o MDB tem dois senadores por São Paulo (Marta Suplicy e Airton Sandoval) e um por Minas Gerais (Zezé Perrela). Eles não disputam o pleito deste ano e, de acordo com o Ibope, nenhum representante do MDB está entre os favoritos do eleitorado paulista e mineiro.
Apesar de ter deixado o poder após o impeachment, o PT deve ganhar uma cadeira no Senado.
Atualmente, a legenda conta com nove senadores. De acordo com as pesquisas, a partir de 2019, o partido ficará com 10 senadores. Destes, oito podem ser eleitos no próximo mês.
O PSDB também deve perder representatividade no Senado. Em 2014, os tucanos conquistaram 12 cadeiras. Neste ano, o PSDB pode eleger seis políticos. Com a soma dos que estão no meio do mandato, os tucanos ficariam com 10 representantes.
Mas o número pode diminuir. Isso porque, no caso do PSDB, por exemplo, dois senadores no meio do mandato disputam o governo de seus Estados. (leia mais abaixo).
Outro partido expressivo que deve ganhar cadeira no Senado é o DEM, que vai de cinco para seis senadores.
PP e PSD ficam – cada um – com cinco senadores. Uma cadeira a menos para as duas legendas.
Nanicos
Três partidos considerados “nanicos” podem garantir cadeiras no Senado na próxima Legislatura. PSL, PHS e Psol têm candidatos liderando, respectivamente, no Rio de Janeiro (Flávio Bolsonaro), Minas Gerais (Carlos Vianna) e no Mato Grosso (Procurador Mauro).
‘Poucas mudanças’
Mestre em história pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), Eduardo Lima diz não acreditar em mudanças drásticas no Senado. Para ele, é histórico a pouca manutenção no Legislativo.
“É diferente do Executivo, são oito anos para trabalhar. Na realidade, perdem um ou dois, mas ficam na margem. O MDB, por exemplo, é muito regionalista. Eles têm entrada nas cidades. O MDB é mais fiel aos mandatos do Legislativo do que do Executivo”, diz.
Professor de Ética na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Roberto Romano afirma que o Senado Federal tem a função de “homologar” o que se decide entre Câmara dos Deputados e Presidência da República. “O Senado não tem a importância que deveria ter. O Senado que tem que ser a representação dos Estados, a função atual é de quase homologar o que foi acertado entre Câmara e Presidência”, afirma.
Romano também critica a composição do Senado Federal. Isso porque, muitos senadores assumem cargos, por exemplo, de ministros e seus suplentes assumem. “Há uma situação complicada do suplente não ser eleito. Muitas vezes, a composição do Senado é de pessoas que não receberam voto. Então o senado é praticamente um espaço para jogo do poder”, diz.
Suplentes
Senadores que estão no meio do mandato (eleito, o político fica oito anos no Senado) disputam cargos majoritários em seus Estados. Caso sejam eleitos, os suplentes assumem as cadeiras.
O PSDB, por exemplo, tem dois parlamentares na disputa deste ano. Antonio Anastasia, em Minas Gerais, lidera as pesquisas. Se o tucano vencer em Minas, o suplente Alexandre Silveira de Oliveira (PSD) assume a vaga no Senado.
Entre os senadores que disputam em seus Estados - e lideram pesquisas - estão Gladson Cameli (PP), no Acre; Fátima Bezerra (PT), no Rio Grande do Norte; José Maranhão (MDB), na Paraíba;
Romário (Podemos), no Rio de Janeiro e Ronaldo Caiado (DEM), em Goiás. Caso eles sejam eleitos, os respectivos suplentes são dos partidos: PP, PT, MDB, PC do B e DEM.
Dois senadores estão entre os que disputam para presidente do Brasil. Alvaro Dias (Podemos), que encabeça chapa e Kátia Abreu (PDT), que é candidata a vice de Ciro Gomes (PDT). Para a vaga dos dois senadores aparecem um suplente do PSB e outro do PT.
A vantagem dos que concorrem aos governos dos Estados e à Presidência da República é o fato de, caso sejam derrotados nas urnas, voltam para o Sen