Aproximadamente 6 mil associados à Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores Municipais de Itabira (Cosemi) podem perder a cobertura médica da Unimed no município. Isso porque ao longo de pelo menos seis meses, o governo municipal está repassando valores menores do que os contratados à Cosemi e, posteriormente, à Unimed Itabira. A dívida acumulada por causa dos repasses incompletos à empresa de planos de saúde já soma R$ 2,6 milhões.
As informações foram repassadas pelo presidente da Unimed Itabira, Virgilino Quintão Torres Cruz, nessa quinta-feira, 9 de junho. O médico informou ainda que há muito tempo é negociado com a Prefeitura de Itabira uma forma de pagamento do passivo que vai acumulando mês a mês. O crescimento da dívida, esclareceu, atinge diretamente a prestação de serviços da cooperativa médica, inviabilizando suas operações.
Em Itabira, a Unimed tem 19,3 mil clientes. O cooperados da Cosemi representam um terço da cartela total de beneficiários. Servidores municipais contam com a cobertura do plano há 14 anos, em média.
Virgilino citou que um teto das dívidas foi estipulado dentro do que a Unimed consegue manter, embora defasada, suas operações do plano de saúde contratado pela Cosemi. Esse teto seria de R$ 1,6 milhão e o débito foi ultrapassado. “A prefeitura ainda não nos deu uma posição concreta e formal sobre o impasse. Somente nos informou a intenção de pagar o passivo, mas como isso será feito ainda não foi acordado”, lamentou o dirigente.
Mensalmente, os repasses à Unimed deveriam ser da ordem de R$ 900 mil, somando a contrapartida do município e o que é descontado do salário do servidor. “O passivo se agravou de uns seis meses para cá. Os repasses passaram a ser feitos sempre de forma incompleta. A dívida foi se avolumando”, citou o médico.
O presidente da Unimed antecipou a expectativa de que no próximo dia 15, quando vencerão as faturas deste mês no contrato com a Cosemi e a Prefeitura, ao menos uma parte da dívida seja amortizada. A esperança da cooperativa médica é que seja abatido no mínimo o teto da dívida, de R$ 1,6 milhão. Caso contrário, os planos de saúde podem ser suspensos. “Se o acordo de pagamento não for realizado numa condição mínima, existe esse risco. Temos que pensar na nossa sobrevivência enquanto empresa e enquanto cooperativa”.
Virgilino destacou que não é interesse da Unimed perder a cartela de clientes da Cosemi, uma vez que isso ameaça inclusive a sobrevivência da cooperativa médica em Itabira. Preocupado, o médico diz aguardar o empenho do Executivo municipal em solucionar a questão. “No valor atual do passivo, se ele crescer mais a própria cooperativa correrá um risco de insolvência, dificuldades financeiras e contábeis. O que precisamos é de uma posição da prefeitura em repassar esse dinheiro”, encerrou.