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Em cerimônia emocionante, município de Santa Bárbara entrega "Medalha do Mérito Affonso Penna"
A solenidade homenageou três personalidades de destaque na cidade de 30 mil habitantes 06/12/2016

Wesley Rodrigues

 
WESLEY RODRIGUES/DEFATO
O público lotou o auditório do Colégio Nossa Senhora do Sagrado Coração de Jesus

Discursos emocionantes deram o tom da solenidade de entrega da Medalha do Mérito Affonso Penna, em Santa Bárbara. A comenda foi entregue na noite desse domingo, 4 de dezembro, a três personalidades que se dedicaram à comunidade santa-barbarense. A cerimônia reuniu dezenas de autoridades e grande público no auditório do Colégio Nossa Senhora do Sagrado Coração de Jesus. 

A comenda é a mais importante honraria de Santa Bárbara e ocorre no âmbito das comemorações que marcam o 312ª aniversário da cidade. A diplomação leva o nome de sua maior personalidade histórica: Afonso Augusto Moreira Pena, o sexto presidente da república do Brasil. O político, nascido em Santa Bárbara, assumiu a presidência do país após ser eleito com mais de 288 mil votos, nas eleições de março de 1906, governando até 1909, ano de sua morte. 

A Medalha do Mérito foi entregue pelo prefeito do município, Léris Braga (PHS), e o vice, Alcemir Moreira. 

Juiz homenageado

O primeiro homenageado foi o juiz eleitoral e de Direito José Afonso Neto, 31. O magistrado, natural do município mineiro de Brumadinho, atuou na Comarca de Santa Bárbara por quase quatro anos. Nesse domingo, se despediu da comunidade santa-barbarense para assumir, a partir desta segunda-feira (5), a Vara Criminal e de Execuções Penais da cidade de Ponte Nova. 

Em Santa Bárbara, José Afonso esteve à frente de mais de 10 mil processos julgados, quase 300 condenações por crimes e seis mil audiências. Ao receber a comenda, ele lembrou da infância simples no povoado de Palhano – zona rural de Brumadinho – onde viajava 40 quilômetros por estrada de terra para cursar a educação básica em escolas públicas. Afonso chorou ao mencionar as lembranças.

A formação em Direito ocorreu na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O juiz contou que sua motivação para atuar no Judiciário veio das injustiças sociais. “Foi uma experiência fantástica. Eu mais apreendi do que decidi sobre a vida dos outros”, disse, sobre sua experiência como juiz único da cidade. “Vistos todos os processos, analisadas todas as decisões, audiências... no final o que importa é a vida. Foi o que aprendi”, continuou.

 

Dona Hilda

Na sequência, uma homenagem póstuma. O município concedeu mérito a Hilda de Jesus da Cunha, artesã santa-barbarense reconhecida dentro e fora do estado e com trabalhos que chegaram a outros países, inclusive. Dentre tantas peças, a artesã ganhou notoriedade por transformar espigas de milho em bonecas. Conhecida como Dona Hilda, ela morreu aos 71 anos no último mês de outubro. 

A filha, Maria Lúcia da Cunha, foi quem recebeu a comenda concedida à mãe. Contendo a emoção, a também artesã citou a vida batalhadora da progenitora, que demonstrou grande habilidade para a arte desde muito nova. Dona Hilda foi bastante homenageada em vida e convidada a participar de diversos programas televisivos. 

“Minha mãe foi uma artesã que trabalhou por mais de 20 anos e levou a história de Santa Bárbara a muitos lugares. Ela nos deixou um grande saber. Com a ajuda de Deus darei continuidade ao seu trabalho”, disse Maria Lúcia, comovida.

 

Apac

O último diploma do mérito foi repassado à Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), fundada no município há 14 anos e que atualmente conta com 50 internos. No método Apac, condenados por crimes cumprem pena com condições de se recuperarem e retornarem ao convívio social. 

Em levantamentos feitos no município, somente 15,2% dos presos assistidos pela Apac de Santa Bárbara voltaram a cometer crimes após o cumprimento da pena. No sistema carcerário tradicional, o índice de reincidência é de 85%. 

A presidente da associação, Maria Adelaide Quirino Furtado, recebeu a medalha. “A medalha nos pegou de surpresa. É uma honra para nós da Apac sermos reconhecidos pelo município com esta honraria”, falou.

 

Maria Adelaide surpreendeu os espectadores. Ela comunicou ao público que a medalha seria repassada a um de seus recuperandos. Chamado por ela, subiu ao palco o monlevadense Deivisson Stanley Rodrigues, 33 anos. Ele é assistido pela Apac há 10 anos. Hoje está em liberdade condicional e é voluntário na associação como inspetor de segurança. O discurso dele, ao longo de vários minutos, comoveu toda a plateia e foi aplaudido de pé. 

“Na Apac nós continuamos cientes do crime que cometemos. Aliás, nunca a Apac nos isenta da responsabilidade de cumprirmos nossa condenação. No entanto, a Apac nos devolve nossa identidade. Voltamos a ter um nome e não somente um registro no sistema carcerário. Sentimos, embora cumprindo a detenção, que somos seres humanos”.

O prefeito, Léris Braga, frisou a importância do prêmio. “É uma oportunidade do município de reconhecer pessoas que servem à comunidade nos mais diversos setores da sociedade, seja na inciativa privada, pública ou não governamental”, encerrou. A entrega dos diplomas foi sucedida pela apresentação do Coro Sinfônico de Santa Bárbara. 

 


 

 

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