Acabou o jejum. Depois de seis jogos, o Atlético voltou a vencer no Campeonato Brasileiro. Na noite deste domingo, no Independência, o clube alvinegro arrancou uma virada para cima do Ceará, triunfando por 2 a 1 no placar, e reencontrando o caminho das vitórias após uma traumática semana em que o time acabou eliminado da grande decisão da Copa Sul-Americana. 

O jogo 

Os gols alvinegros foram marcados na segunda etapa por xodós da torcida. Otero, em sua melhor apresentação desde que retornou da Arábia, deixou tudo igual após o time sair atrás, gol de pênalti marcado por Thiago Galhardo. Depois foi a vez de Luan, aparecendo fortuitamente dentro da área, fazer o da virada. Um resultado para trazer alívio ao time, que viu neste domingo um público esvaziado no Independência, fruto de uma campanha de organizadas, como a Galoucura. Pouco mais de seis mil pessoas estiveram no Horto para acompanhar a virada alvinegra em uma partida de extrema tensão e que o Galo teve que contornar as vaias, driblar o nervosismo e sair com o resultado positivo. 

As arquibancadas vazias ditavam o tom de um jogo tenso. O clima no Independência era de muita pressão. Logo as vaias direcionadas a alguns jogadores, como Cazares e Elias, se fizeram ouvidas. A instabilidade se confundia com o momento do time e trazia nervosismo. A perna de alguns estava pesada. No meio-campo, apenas Nathan era o volante de oficio, uma opção de Rodrigo Santana para a lesão de Jair. 

O Ceará se aproveitou da atmosfera em torno do time atleticano e começou o jogo tentando explorar a velocidade e dando trabalho. A situação começou a ter outros contornos quando Otero entrou na vaga de Chará, aos 24 min. O colombiano deixou o campo sentindo dores na coxa direita. 

Otero deu mais mobilidade ao setor ofensivo atleticano, com suas bolas paradas venenosas e também visão de jogo. O Galo chegou a liderar a posse de bola. Só que os dois times não se atacavam com tanta eficiência, deixando a partida ainda mais agitada. Só que o Ceará consegui chegar às redes na primeira etapa. Um pênalti para lá de questionável marcado pelo árbitro Paulo Roberto Alves Junior em lance de Igor Rabelo com Fellipe Cardoso. Na cobrança, aos 42 min, Thiago Galhardo inaugurou o placar para desespero da torcida alvinegra. Alguns, perto do banco do Atlético, começaram a gritar “burro” em direção a Rodrigo Santana. Um primeiro treino que terminou com vaias e cânticos ofensivos direcionados ao camarote da presidência do Atlético no Horto. 

No segundo tempo, o Atlético começou em cima. O time de Santana precisava de uma resposta imediata. Aos 8 min, o gol do desafogo saiu. Elias tabelou com Rever, que acertou a trave. Na volta, Otero chutou firme, vencendo o goleiro Diogo Silva. 

O volume do Galo foi muito maior na etapa final, com o time literalmente amassando o Ceará. Um bombardeio vindo de todos os lados e que já poderia ter resultado em gol, por exemplo, com Patric. Mas Samuel Xavier estava lá para salvar praticamente em cima da linha. 

A persistência do Galo seria premiada. E foi no estilo da entrega atleticana. Aos 34 min, Di Santo cruza para Réver. O defensor cabeceou para a catada do goleiro cearense. No rebote, entretanto, ele escorou e encontrou Luan, que finalizou no cantinho para virar a partida. Vitória que trouxe alívio, mas que não evitou o torcedor de soltar novamente cânticos contra o presidente Sergio Sette Câmara.