Alto custo e baixa audiência. Esses dois fatores pesam para que a TV Cultura de Itabira não volte ao ar neste primeiro momento do governo Ronaldo Magalhães (PTB). Os argumentos são do próprio prefeito indica, que a emissora deve permanecer sem atividades nesse início de administração.
Em entrevista a DeFato Online, durante cerimônia de posse da Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Piracicaba (Amepi), nessa quinta-feira, 5 de janeiro, em João Monlevade, Ronaldo afirmou que está avaliando a viabilidade da TV Cultura, mas deixou transparecer que não está entusiasmado com a manutenção da emissora.
“É uma comunicação que a Prefeitura tem, mas temos que avaliar também a aceitação, é uma emissora muito pouco assistida. Chega a 1%, e com um custo relativamente alto. Tem a questão do sistema analógico, que no meio de junho acaba. Se for continuar, depende de um investimento muito alto, e o momento é muito difícil. Vamos avaliar para não tomar nenhuma decisão precipitada. Será feito o que é melhor para Itabira. Por enquanto ela segue fora do ar”, afirmou Ronaldo Magalhães.
Processo demorado
A TV Cultura de Itabira ficou fora do ar entre 2013 e março de 2015, durante boa parte do governo de Damon Lázaro de Sena (PV). A administração alegava que a volta da emissora dependia de uma reestruturação profunda, tanto na parte física quanto na técnica. Especialistas chegaram a ser contratados para cuidar dos procedimentos.
A sede da TV, na rua Santana, no bairro Penha, passou por reforma e aparelhos novos foram adquiridos. A intenção, segundo texto escrito nas redes sociais pelo técnico Fernando Martins, contratado em 2014 para organizar a direção executiva e de produção da TV, era expandir a emissora e dá-lhe status de geradora regional, totalmente digital. Os planos, porém, não avançaram. Fernando se desentendeu com Damon e deixou a equipe. O então superintendente da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), Marconi Drummond, saiu pelo mesmo motivo.
Quando voltou a ar, a emissora se manteve no mesmo canal e ainda analógica. A TV Cultura se manteve em transmissão até os últimos dias de 2016, quando Damon deixou a administração municipal.
Confidência
Também via rede social, o marqueteiro Márcio Passos, um dos fundadores da TV Cultura de Itabira, durante o governo de Olímpio Pires Guerra (Li), escreveu que o prefeito Ronaldo lhe confidenciou que iria tirar a emissora do ar definitivamente. “Ele explicou que ela está sucateada, fora de seu objetivo original, com o custo de manutenção muito alto e que deixa de ser prioridade nestes tempos de crise econômica e queda de arrecadação. Parece-me que já está fora do ar e, no governo dele, deve permanecer assim”, escreveu.